Poucos negócios ainda no mercado do boi gordo
O recebimento de salários neste início do mês ainda não surtiu o efeito esperado no mercado do boi gordo, que continua operando com poucos negócios nas principais praças do País.
Havia uma expectativa de um aquecimento da demanda interna de carne bovina não só pela entrada de dinheiro no bolso do trabalhador brasileiro, mas também pelo fato dos frigoríficos estarem trabalhando com escalas de abate bastante curtas.
No primeiro dia da semana, o Indicador ESALQ/B3 do boi gordo fechou o período com ligeira queda de 0,36%, cotado a R$ 151 (valor à vista, em São Paulo), ante o valor R$ 151,55, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
No entanto, o preço atual do boi gordo está acima do valor registrado em igual período de fevereiro, quando era negociado a R$ 148,50 na praça paulista.
No acumulado do ano, porém, a arroba do boi gordo apresenta desvalorização de 1,5% em Sã Paulo, em comparação ao valor registrado no último dia útil de dezembro (R$ 153,40).
Preço do bezerro abre a semana estável
O Indicador Bezerro ESALQ (animal Nelore, de 8 a 12 meses) fechou a segunda-feira valendo R$ 1.214.61 na praça do Mato Grosso do Sul, praticamente sem oscilação em relação ao valor registrado na sexta-feira, de R$ 1.213,76, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Segundo expectativas de analistas da Scot Consultoria, de Bebedouro, com o registro de chuvas regulares nas últimas semanas, a qualidade das pastagens melhorou, aumentando a capacidade de suporte. “Esse é um ponto que também pode aumentar a demanda pela reposição, principalmente das categorias mais eradas, como garrote e boi magro”, prevê a consultoria.
Porém, com o aumento da qualidade dos pastos pode provocar um movimento de retenção dos animais nas fazendas, aumentando o poder de barganha dos criadores na hora de negociar com recriadores/invernistas.
Consultoria prevê novos avanços no preço do boi nesta semana
A semana que se inicia deve viabilizar novos avanços para arroba no mercado físico. No mercado futuro e no atacado, os preços devem seguir a mesma trajetória, estima a consultoria Agrifatto, de Bebedouro,SP.
Além da oferta restrita de animais terminados causada pela falta de chuvas em dezembro e janeiro, a condição das estradas em algumas regiões é crítica, dificultando (ou impossibilitando) a passagem de caminhões de gado, informa a consultoria.
O baixo número de negócios na última semana, devido ao feriado de Carnaval, fez com que as escalas de abate ficassem ainda mais curtas, dando sustentação aos preços da arroba. Na média dos Estados levantados pela Agrifatto, a escala de abate está em 4,8 dias.
O governo brasileiro deve divulgar na tarde desta terça-feira as exportações parciais de março de carne bovina. “A expectativa é que o ritmo positivo continue, posto que a carne bovina brasileira está competitiva no mercado externo”, projeta a Agrifatto.
Abates caem 20% em fevereiro no Mato Grosso
Os abates de bovinos caíram 20,1% em fevereiro último no Mato Grosso, para 408,7 mil cabeças, na comparação com a quantidade registrada em janeiro (511,6 mil), segundo informa o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base em levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT).
“Os dados de abate de fevereiro vão ao encontro das informações levantadas diariamente pelo Imea, que vêm relatando a dificuldade dos frigoríficos do Mato Grosso em encontrar animais prontos para abate”, observa a equipe de analistas do instituto.
Tem chamado atenção a participação das fêmeas nos abates totais: atingiu 53,2% em fevereiro, um crescimento de 3 pontos percentuais sobre a representação da categoria observada em janeiro (50,1%).
Com a queda dos abates gerais, aumentou também o nível de ociosidade dos abatedouros no Mato Grosso. Em fevereiro, o percentual de utilização da capacidade instalada das indústrias foi de 55,1%, ante 63,4% verificado em janeiro, informa o Imea.
Carne bovina: MT exporta em fevereiro o maior valor para o mês dos últimos 4 anos
As exportações de carne bovina do Mato Grosso alcançaram US$ 88,30 milhões em fevereiro, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Foi o maior valor obtido para o mês de fevereiro dos últimos quatro anos, segundo o instituto, embora tenha ficado levemente abaixo da receita obtida em janeiro, de US$ 88,98 milhões.
Em volume, os embarques de carne bovina do Estado do Centro-Oeste brasileiro alcançaram 30,62 mil toneladas, com ligeira queda de 1,6% na comparação com o volume embarcado em janeiro, de 31,12 mil toneladas.
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