Pecuarista deve pensar com a cabeça de um agricultor, diz pesquisador mato-grossense

Confira os destaques do programa “Revista DBO em Foco” que contou com a participação do professor Edicarlos Damacena de Souza, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em MT

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Se o que o pecuarista busca mais rentabilidade na criação de bovinos, que tal se ele pensasse como um agricultor, quando este faz sua produção de soja? A ideia é provocativa e possui um porquê: boa parte dos pecuaristas – claro que há exceções e elas vêm se avolumando -, ainda são pouco afeitos a questões de planejamento, de olhar um pouco mais para o futuro e antecipar tudo que pode ser antecipado.

“Eu vejo pecuaristas fazendo compras de adubos, agora em fevereiro, para seu programa de adubação de pasto. Por que ele não comprou o adubo em meados de junho do ano passado?”, diz o pesquisador Edicarlos Damacena de Souza, professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em Mato Grosso. Souza é também o vice-diretor da Aliança Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (Sipa) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Sistemas Integrados.


O comentário de Souza foi feito durante o programa Revista DBO em Foco, transmitido ao vivo nesta segunda-feira (22/2). O programa traz sempre convidados que participaram de reportagens e artigos publicados na revista. Souza é o autor do artigo “Lucro maior com lavouras de carne”, no Anuário DBO 2021. Para ele, com um pouco de planejamento, a fazenda de produção de bovinos pode ter grandes resultados.

Gestão bem planejada é o primeiro passo para uma boa safra de lucros na pecuária. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa

“Alguns produtores ainda têm a visão de que produzir muito é interessante. Por isso ele deixa o pasto sobrar, porque vai entrar uma época de seca. Mas, na verdade, o que é preciso ser feito é colher eficientemente”, explica Souza.

Seja mais agricultor

Para o pesquisador, essa busca de colher mais eficientemente o pasto começa justamente numa ‘nova’ postura do produtor: ser mais agricultor do que pecuarista, para poder colher mais numa “lavoura de carne”.

O termo “lavoura de carne” faz uma analogia a uma atividade moldada a “cultivar bovinos”, a partir de uma ferramenta chave e que é primordial aos agricultores: planejamento. No exemplo dado por Souza, numa fazenda de grãos, compras “em cima da hora” não podem existir. E assim deve começar um trabalho de uma fazenda.

Além do planejamento, o produtor também deve estruturar o rebanho de forma organizada; dispor de equipe técnica de trabalho qualificada; melhoria da fertilidade do solo; controle de pragas e doenças; e ter uma boa manejo de pastejo em mãos.

Sistema de manejo “rotatínuo” garante o melhor desempeno de engorda a partir do consumo do melhor do pasto pelo gado

“Quando nós falamos do termo ‘lavoura de carne’ é assim como a adoção de um sistema integrado. É uma adoção de tecnologia que precisa ser planejada, desde o planejamento espaço-temporal das áreas, definição de cultivares de forragem e lavouras”, explica Souza.

O melhor o pasto para o boi

Segundo o professor da UFR, o próximo passo para uma boa lavoura de carne está num manejo diferenciado do pasto. Um dos manejos mais recomendados é o “rotatínuo”. O sistema foi tema principal na edição de novembro de 2013 da DBO. A palavra é um neologismo e mistura as palavras ‘rotativo’ e ‘contínuo’.

“Se formos pensar, não houve uma evolução no manejo de pastagens no mundo, nos últimos anos. A maioria dos conceitos dos sistemas de pastoreio sempre levam em consideração a planta e o seu índice de área foliar. Já o pastoreio rotatínuo leva em consideração o comportamento ingestivo dos animais”, explica Souza.

Os animais ficam nos piquetes até comerem a parte mais ‘saborosa’ e mais nutritiva do pasto. Garantindo que os animais só comam o que há de melhor, o desenvolvimento passa a ser melhor. E a recuperação da planta tende a ser mais rápida, fazendo com que  a rotação dos animais, entre os piquetes, seja muito mais contínua.

O manejo que ganhou notoriedade na produção de bovinos no Rio Grande do Sul, ganha mais espaço com melhores definições de cultivares e tipo de animal. Para o produtor lançar a mão dessa ferramenta, no entanto, é preciso planejar. Ser mais agricultor do que pecuarista.

Confira a entrevista da íntegra:

Confira o artigo na íntegra:

Revista DBO – Edição 483 – Janeiro 2021

 

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