O ambiente de forte restrição de oferta de boiada gorda persiste em praticamente todo território nacional, e tal cenário deve se perpetuar até pelo menos meados de novembro, prevê a IHS Markit. “A maior parte das indústrias frigoríficas está se valendo de animais terminados em confinamentos próprios ou do recebimento de gado a termo fixado anteriormente”, relata a consultoria.
Segundo a IHS, diante da enorme escassez de animais terminadas, os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda não param de subir. Do lado dos compradores, a situação segue bastante complicada, dizem os analistas. Algumas plantas frigoríficas promovem férias coletivas ou reduzem os abates diários, reorganizando as suas escalas. “A ideia é adequar a produção à demanda vigente”, observa a consultoria.
Em algumas regiões do Brasil, pecuaristas optaram por retirar o gado do pasto para realizar a terminação no cocho em função de atrasos e irregularidade das chuvas. Além disso, informa a IHS Markit, a trajetória de valorização da arroba também tem mantido boa parte da ponta vendedora na defensiva, à espera de preços que remunerem ainda melhor – os produtores que investem no uso de ração estão pagando atualmente bem mais caro pela dieta, devido à disparada nos preços do milho e do farelo de soja.
Nesta quarta-feira, as cotações do boi gordo subiram mais fortemente nas praças de Goiás, Mato Grosso e de Minas Gerais (veja abaixo os preços de hoje da arroba de machos e fêmeas nas principais regiões pecuárias), segundo apurou a IHS Markit.
No atacado, os preços dos principais cortes bovinos seguem estáveis. “Agentes passam a aguardar maior consistência das vendas internas com intuito de encaixar repasse de custo”, avalia a IHS Markit. A irregularidade no ritmo dos abates diários e o elevado fluxo das exportações de carne mantêm a disponibilidade interna de carne bovina bem ajustada e passível de altas com a virada de mês – quando teoricamente o consumo de proteína sobe diante da entrada de dinheiro dos salários.
Segundo a IHS Markit, a ascensão dos preços da carne suína e os elevados patamares da carne de frango também dão suporte adicional, visto que são cadeias que estão sendo severamente impactadas pelos elevados preços do milho e do farelo de soja.
Na avaliação da consultoria Agrifatto, no varejo, o “cenário atual é preocupante, diante da dificuldade em escoar produtos de segunda, como dianteiro e pontas. “Essa conjuntura tende a se agravar neste período final do mês”, prevê a Agrifatto, referindo-se ao menor poder aquisitivo da população neste período. Além disso, acrescenta a consultoria, a redução do auxílio emergencial também pode reduzir o apetite dos consumidores de carne vermelha.
Confira as cotações desta quarta-feira, 28 de outubro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 257/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 246/@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 247/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 263@ (prazo)
vaca a R$ 245@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 246@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 255@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 255/@ (prazo)
vaca a R$ 242/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 253/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 250/@ (à vista)
vaca a R$ 238/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 255/@ (prazo)
vaca R$ 245/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 248/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 249/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 260/@ (prazo)
vaca a R$ 250/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 252/@ (à vista)
vaca a R$ 248/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 240/@ (à vista)
vaca a R$ 226/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 339/@ (à vista)
vaca a R$ 226/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 265/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 264@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 2564/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 252@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 255/@ (à vista)
vaca a R$ 248/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 247/@ (à vista)
vaca a R$ 237/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 247/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 256/@ (à vista)
vaca a R$ 244/@ (à vista)