De janeiro a outubro, a exportações de carne bovina do Mato Grosso atingiram receita recorde de US$ 1,01 bilhão, com embarque de 334,7 mil toneladas equivalente-carcaça, segundo informa Marianne Tufani, analista de Bovinocultura de Corte do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Somente em outubro último, as vendas externas de carne vermelha do Mato Grosso atingiram o volume recorde de 46,01 mil toneladas equivalente-carcaça, um crescimento de 28,6% sobre as 35,76 mil toneladas registradas no mês anterior. Em valores, os embarques do mês passado renderam ao Mato Grosso um total de US$ 154,16 milhões, com avanço de 36,5% em relação ao montante obtido em setembro, de US$ 112,89 milhões.
Considerando os primeiros dez meses de 2019, o Mato Grosso registrou uma média mensal de 33,47 mil toneladas de carne bovina exportadas, acréscimo de quase 20% sobre a média mensal registrada em igual intervalo de 2018, de 27,96 mil toneladas embarcadas. Em receita, a média mensal das exportações do Estado no acumulado de janeiro a outubro atingiu US$ 101,08 milhões, ante a média de US$ 89,24 milhões verificada em igual período do ano passado – um avanço de 13,3%.
Pequenas ofertas, grandes negócios – Atualmente, o Mato Grosso, assim como outros importantes polos de pecuária de corte do País, vive um grande dilema: a indústria exportadora de carne tem registrado grandes negócios no mercado exterior, sobretudo para a China – somente em outubro, o país asiático (incluindo Hong Kong) respondeu por quase 45% das compras totais no período.
No entanto, ao mesmo tempo, o Estado convive com uma enorme escassez de matéria-prima, ou seja, está difícil para os frigoríficos encontrar boiada pronta para o abate nas praças pecuárias. Tal conjunta explica a disparada nos preços do boi gordo nas praças do Mato Grosso – hoje girando em torno de R$ 155/@ – e nos demais Estados brasileiros (o Indicador do boi gordo Esalq/B3/Cepea, referência praça de São Paulo, atingiu novo recorde nessa segunda-feira, 11/11, fechando a R$ 183,30/@, à vista).
“A oferta da proteína já começou a se restringir no Mato Grosso e, se não houver um bom planejamento, a escassez de gado pode aumentar ainda mais e não ser suficiente para corresponder à demanda nos próximos meses”, alerta relatório do Imea.
Proteína corrente – Ainda de acordo com Imea, os impactos da peste suína africana na China têm apresentado cenários diferentes para os setores de proteína bovina e suinícola no Mato Grosso. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, as exportações de carne bovina ao mercado chinês alcançaram 91,51 mil toneladas, enquanto os embarques de carne suína para o mesmo país somaram apenas 5,28 mil toneladas.
Mesmo com os preços mais competitivos do quilo da carne suína no mercado internacional, o volume dessa proteína embarcada pelo Mato Grosso caiu 23,6% no acumulado de janeiro a outubro, ante mesmo período do ano passado, informa o Imea. A justificativa, diz o instituto, é que a carne suína produzida no MT abastece outros Estados brasileiros. Em contrapartida, essa conjuntura favorece as exportações de carne bovina, que, como já dito, têm alcançado recordes históricos. “De qualquer forma, as cotações de ambas as proteínas têm seguido em alta, justificada pela demanda aquecida (independentemente do destino) e baixa oferta de animais no País”, destaca o Imea.
