Estudos feitos pela Embrapa na região nordeste do Brasil indicaram que o uso de composto orgânico, produto gerado no processo de compostagem, gera benefícios econômicos e ambientais. A pesquisa aponta que no plantio de milho, a técnica foi capaz de gerar um aumento de até três mil quilos por hectare na produção do grão sem a adubação – comparando-se ao cultivo tradicional feito por agricultores com baixa capacidade de investimentos.
Segundo Henrique Antunes, pesquisador da Embrapa Meio-Norte, esse é um valor interessante comparado às médias de produção no Ceará, por exemplo, que costumam ser abaixo de mil quilos por hectare. “Para as áreas de capim-elefante para corte, o incremento da produção é de cerca de 20% nos primeiros dois cortes, quando o composto é a única fonte de nutrientes da capineira”, diz o comunicado.
Áreas degradadas
O comunicado explica que o composto orgânico beneficia também a produção de mudas, quando empregado na formação de substrato. Segundo a pesquisa, experimentos mostraram que ele também é útil na recuperação de áreas degradadas por disponibilizar uma grande quantidade de matéria orgânica, que atua na melhoria das condições físicas do solo.
Outra vantagem é a redução na aplicação de fertilizantes minerais no solo, diminuindo custos da produção e promovendo a ciclagem de nutrientes. Ou seja, a técnica gera retorno desses elementos para o sistema por meio da decomposição de matéria orgânica e incorporação ao ambiente durante o ciclo de produção das plantas.
O estudo aponta ainda que a matéria orgânica é fonte de energia para microrganismos importantes para a agricultura. Ela ajuda a melhorar a estrutura e o arejamento do solo. Além disso, sua capacidade de armazenar água contribui para a retenção de potássio, cálcio, magnésio e outros nutrientes em formas disponíveis para as raízes, protegendo-as da lavagem pela água das chuvas ou da irrigação.
As pesquisas indicaram também que alguns produtos de decomposição da matéria orgânica têm efeito hormonal ou estimulante para o desenvolvimento das raízes das plantas. Pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos, no Ceará, vêm trabalhando desde 2010 com compostagem como alternativa para reaproveitamento de insumos para a agricultura.