No segundo artigo da série, o veterinário Rogério Fonseca e a zootecnista Renata Brandão de Góis abordam as estratégias reprodutivas por categoria de fêmeas
Por Rogério Fonseca Guimarães Peres – Médico veterinário, com pós-graduação e mestrado em Produção de Ruminantes; e Renata Brandão de Góis – Zootecnista, supervisora de pecuária da Agropecuária Nelore Paranã, e mestranda do programa de pós-graduação em Zootecnia do IF Goiano.
A pós apresentar, no artigo anterior, uma visão geral de planejamento reprodutivo, com a publicação de um check-list para melhor orientação do produtor e informações sobre como fazer o mapa de rebanho a partir do diagnóstico final de gestação, estimativas de perdas gestacionais e definição de descartes, vamos abordar, neste segundo artigo, as estratégias reprodutivas por categoria de fêmeas.
Para propriedades que buscam número máximo de gestações sem que sejam necessariamente oriundas de inseminação, fazer uma IATF mais repasse com touro pode ser interessante em lotes de novilhas e vacas multíparas paridas até dezembro, pois essas categorias costumam apresentar alta taxa de ciclicidade e maior tempo de estação de monta. Consequentemente, respondem bem ao protocolo e, em seguida, à monta natural, apresentando bons resultados na prenhez final.
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Já para vacas que tiveram parto “no tarde” (do mês de janeiro em diante, dependendo da estação), sugerimos outras estratégias, como duas IATFs + touro. Para as primíparas, devido à baixa taxa de ciclicidade, a sugestão é fazer três IATFs + repasse com touro, independentemente do mês de parto. Estratégia idêntica é indicada para novilhas precoces, visando estimular a sincronização desses animais e obter maiores índices de prenhez, já que essa categoria é a que apresenta maior desafio para emprenhar. O ideal, portanto, é expor primíparas e “precocinhas” ao máximo de serviços possível.
No decorrer da estação, o direcionamento deve ser realizado conforme a necessidade do lote, por categoria e/ou mês de parto. A condição do lote ‒ corporal (ECC) e de ciclicidade ‒ no diagnóstico da IATF com 30 dias ou 60 dias após a primeira IATF são fatores determinantes para avaliação das estratégias. É importante destacar que a estratégia deve ser adequada a cada sistema de produção e ao planejamento de longo prazo da fazenda.
A decisão de usar monta natural e uma ou mais inseminações via protocolos de IATF deve ser feita por um técnico com conhecimento na área reprodutiva. As recomendações acima não se aplicam a todos os sistemas de produção, pois inúmeros fatores vão influenciar a forma de montar o planejamento reprodutivo de uma propriedade.