Nas propriedades sulistas que trabalham com Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a conservação das culturas plantadas no inverno (trigo, azevém, aveia,triticale, centeio, cevada) pode garantir alimento para o rebanho em épocas de escassez.Essa operação tem um custo maior do que a colheita direta da forragem no pasto pelos animais, mas ainda assim menor do que o emprego de concentrados (rações industriais à base de grãos). Existem duas formas de se conservar cereais de inverno: a fenação e a ensilagem. Segundo Renato Fontaneli, pesquisador da Embrapa Trigo, esta última (ensilagem) tem sido preferida, nas propriedades da Região Sul, devido à dificuldade de secagem da forragem para feno, pois a primavera é bastante chuvosa na região.
Segundo Fontaneli, melhores resultados com essa técnica podem ser obtidos com
uma medida simples: a pré-secagem, que consiste em reduzir a quantidade de água no material expondo-o ao sol ainda no campo, logo após a colheita. A pré-secagem ou “murchagem” das forrageiras implica em menor risco do que a fenação, porque o período necessário para eliminação de umidade é menor (menos tempo no campo). O pré-secado traz benefícios operacionais que vão de sua confecção ao armazenamento. Enquanto a fenação requer de três a quatro dias para “desidratar” e atingir o ponto ideal de fenação abaixo de 20% de umidade, o pré-secado pode ser enfardado com em torno de 55% a 65% de umidade.
Além de poder realizar a operação numa “janela” menor, que pode ser uma
vantagem prática muito grande, especialmente em períodos chuvosos, o armazenamento do pré-secado não requer ambiente coberto, como os fardos de feno, que devem ser guardados dentro de barracões. “O material é envolto em plástico por uma máquina envelopadora e, por isso, pode ser armazenado ao ar livre por até um ano”, diz Alflen. O envelopamento dos fardos de pré-secado em filme de polietileno é necessário para proteger o material da chuva e impedir trocas gasosas, uma vez que a umidade maior pode favorecer o crescimento de microrganismos indesejáveis.
Confira mais detalhes na reportagem completa da edição de fevereiro de DBO.