O mercado do boi gordo abre a semana com preços majoritariamente estáveis entre as principais praças pecuárias do Brasil, informa a IHS Markit.
Como de praxe, muitos frigoríficos seguraram as ordens de compra nesta segunda-feira, 24 de maio, no intuito de avaliar o comportamento do mercado doméstico da carne ao longo do final de semana e, assim, planejar melhor a estratégia de aquisições de boiadas nos próximos dias.
Segundo apuração diária da Scot Consultoria, o boi gordo destinado ao mercado interno está cotado em R$ 307/@, enquanto a vaca e novilha gordas são vendidas em R$ 284/@ e R$ 299/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
O macho jovem, de até quatro dentes (destinado à exportação) apresenta um ágio de até R$ 8/@ em relação ao boi comum, acrescenta a Scot.
Na avaliação a IHS Markit, as indústrias frigoríficas conseguiram manter as escalas de abate confortáveis durante todo o mês de maio – atualmente, giram entre cinco e sete dias.
No entanto, diz a IHS, grande parte dessa condição mais favorável nas programações de abate se deve à redução da capacidade diária de abate por parte das indústrias, que decidiram colocar um freio na produção devido ao custo alto do boi gordo e ao baixo escoamento da carne bovina no mercado interno, além do “apagão” na oferta de boiadas gordas.
“A oferta de gado pronto para abate é restrita, enquanto o consumo doméstico segue tímido, situação que colabora para um quadro truncado de negócios”, ressalta a IHS.
Da porteira para dentro, os pecuaristas aproveitaram a última semana para atuar de maneira mais contundente nos diversos leilões de gado realizados ao redor do País.
“A busca por machos mais erados (acima de 15 meses) e mais pesados foi predominante”, observa a IHS Markit.
Segundo a consultoria, os garrotes apresentam conversão alimentar melhor em relação às novilhas, categoria que, atualmente, é negociada em patamares muitos próximos ao valor do boi gordo.
“Portanto, é mais rentável a engorda de machos, em função dos menores gastos com nutrição”, justifica a consultoria.
Segundo os analistas da IHS, o mercado pecuário segue em compasso de espera. Os frigoríficos aguardam uma maior reação do consumo doméstico de carne bovina – que pode aumentar na esteira da flexibilização das medidas de isolamento social contra a Covid-19.
Por sua vez, do lado da oferta, os pecuaristas alocam os seus animais em boiteis, para negociá-los sobretudo a partir do segundo semestre.
Futuros sobem e exportações podem reagir – Os vencimentos de contratos futuros de outubro e novembro do boi gordo deste ano já ultrapassam a marca de R$ 340/@, enquanto os importadores internacionais de carne miram o mercado brasileiro, sobretudo depois que a Argentina decidiu proibir os próprios embarques de sua proteína bovina – medida que visa conter a inflação de preços.
“Há relatos de navios provenientes da Ásia que buscam carne bovina in natura em portos no Uruguai e no Brasil, evitando voltar para o continente asiático sem o produto”, informa a IHS Markit.
Giro pelas praças – Entre as principais praças pecuárias do Brasil, foram registradas variações positivas no preço do boi gordo no Mato Grosso, em função da restrição de oferta de boiadas, apesar da forte seca que atinge o Estado.
Ainda nas praças mato-grossenses também foram computadas altas nos preços das fêmeas, puxadas da maior demanda por estes animais, que são mais baratos que os bois terminados.
Estabilidade no atacado – No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro e sebo industrial, permaneceram estáveis.
Ao longo do final de semana, mesmo com as novas reduções de preços, as vendas de carne bovina no varejo não apresentaram nenhuma surpresa – o volume escoado permaneceu bastante fraco.
Cotações desta segunda-feira, 24 de maio, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 292/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 297/@ (à vista)
vaca a R$ 285@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 299/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 299/@ (à vista)
vaca a R$ 288/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 298/@ (à vista)
vaca a R$ 287/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 292/@ (prazo)
vaca R$ 282/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 292/@ (prazo)
vaca a R$ 282/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 285/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 299/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 297/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 290/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 281/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 281/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 291@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 282/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 295@ (prazo)
vaca a R$ 2878/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 288/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 287/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 275/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 282@ (à vista)
vaca a R$ 268/@ (à vista)
