Com a China ainda fora das compras de carne bovina, o mercado brasileiro do boi gordo seguiu na mesma toada nesta quinta-feira (14/10), ou seja, registrou uma nova rodada de baixa nos preços da arroba, sobretudo nas praças de São Paulo, do Centro-Oeste e do Norte do País, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Dados da Scot Consultoria apontaram uma forte queda diária de R$ 5/@ no preço do boi gordo, agora cotado em R$ 272/@ ( preço bruto e a prazo).
O preço da vaca e da novilha prontas para abater seguiram estáveis nesta quinta-feira, em São Paulo, a R$ 271,50/@ e R$268/@, respectivamente, acrescenta a Scot.
Segundo a IHS Markit, a maioria das indústrias frigoríficas brasileiras opera, no momento, com escalas de abate confortáveis, o que permite regular o ritmo das compras de gado, diminuindo a necessidade de novas aquisições.
A entrada de lotes oriundos de confinamentos próprios ou de negócios fechados no mercado a termo também ajudam os frigoríficos a manter a pressão de baixa sobre os preços do boi gordo e demais categorias prontas para abater (vacas e novilhas).
Ainda de acordo com os analistas da IHS, o foco atual das indústrias é buscar maneiras de liberar os estoques de carne, que cresceram consideravelmente depois do surpreendente prolongamento do embargo chinês à carne brasileira, iniciado em 4 de setembro, após a confirmação de dois casos atípicos de vaca louca no Brasil (no Mato Grosso e em Minas Gerais).
Dados preliminares divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontaram queda no ritmo das exportações de carne bovina em outubro, justamente devido ao cancelamento dos envios da proteína à China.
Até o dia 10 deste mês, o Brasil exportou 30,43 mil toneladas de carne bovina in natura, com uma média diária de 5,07 mil toneladas despachadas ao exterior, o que representa uma retração de 43% frente à média do mês passado e 37,7% abaixo da de outubro/20, informa a IHS.
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Os pecuaristas relatam dificuldade em vender lotes terminados em função da falta de compradores.
“Os custos elevados da nutrição não permitem manter os animais por mais tempo no cocho, o que reforça a pressão de baixista nos preços entre as praças pecuárias do País”, ressalta a IHS.
Ao mesmo tempo, continua a consultoria, a volta das chuvas no Centro-Sul também prejudica o manejo nas fazendas.
Segundo a IHS, novas quedas na arroba foram contabilizadas no MT, GO, MG, TO, PA e RO, estados com forte participação das vendas externas em sua dinâmica de mercado.
Na bolsa B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo tiveram forte recuo no fechamento de quarta-feira e continuam em queda no pregão desta quinta.
O contrato para outubro/21 chegou ao menor valor desde o final do mês de dezembro do ano passado, relata a IHS.
As baixas ainda estão fundamentas em movimentos de liquidação de posições em decorrência de lentidão dos negócios no mercado físico, justifica a consultoria.
“O setor ainda não consegue enxergar um ambiente de suporte aos preços diante das incertezas geradas pela ausência da China nas compras de carne”, ressalta a IHS.
No atacado, os preços dos principais cortes bovinos, bem como do sebo e do couro industrial, se mantiveram estáveis nesta quinta-feira.
Muitas indústrias habilitadas para exportação relatam possuir excedentes em seus estoques de produto que seria destinado à China e alegam ter que desovar parte desta oferta no mercado doméstico, informa a IHS.
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O cenário é ainda mais preocupante, pois se avança para o período de segunda quinzena de mês, quando o consumo interno costuma retrair, devido ao menor poder aquisitivo da população, observa a IHS.
Cotações máximas desta quinta-feira, 14 de outubro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 273/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 258/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 253/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 253/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 259/@ (à vista)
vaca a R$ 250/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 251/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca R$ 253/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 271/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 279/@ (à vista)
vaca a R$ 269/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 288/@ (à vista)
vaca a R$ 270/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 288@ (à vista)
vaca a R$ 270/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 264/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 252/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 259/@ (à vista)
vaca a R$ 251/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 251/@ (à vista)