Houve uma ligeira queda no preço do leite pago ao produtor no mês de novembro, um recuo médio de 0,2% segundo levantamento da Scot Consultoria. O zootecnista e consultor Rafael Ribeiro, da Scot, detalha o que aconteceu.
“Em São Paulo, Minas, Goiás, Paraná e Santa Catarina o preço recuou entre 0,3 e 0,9% em relação ao pagamento do mês de outubro, mas no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Estados do Centro Oeste as fortes chuvas acabaram dando sustentação ao preço do leite em função da dificuldade de coleta e até do prejuízo à produção. Também no Rio Grande do Sul, onde houve uma queda na produção, houve sustentação e até uma alta nos preços do leite”.
Segundo o analista, apesar de estarmos em plena safra há um incremento menor da produção e um escoamento melhor dos lácteos no atacado e no varejo, o que sinaliza um momento, senão de estabilidade dos preços, pelo menos com queda menor que o normal nesta época do ano.
Juliana Pila, também zootecnista e consultora da Scot, observa que em outubro a produção de leite cresceu 1,6% e em novembro os dados parciais apontavam para um aumento de captação de apenas 0,5%. Em comparação com o mesmo período do ano passado, em outubro de 2018 a produção cresceu quase 4% e em novembro quase 1%, o que demonstra que o ritmo de crescimento em 2019 está menor. Para isso também tem colaborado a redução dos investimentos por parte do pecuarista, principalmente devido ao aumento dos custos de produção, que segundo o levantamento da Scot subiu 2,2% em novembro em relação a outubro. Subiram os alimentos concentrados, tanto os proteicos como os energéticos, com destaque para o milho, em função da demanda externa, mas também subiram os produtos veterinários e combustíveis. Com tudo isso, a margem do produtor reduziu-se em 3 pontos percentuais em relação a outubro e em relação a novembro de 2018 houve queda de 25%.
As chuvas já se normalizaram em grande parte do país, melhorando as condições das pastagens, mas em outros locais, como norte de Minas e partes de Goiás, as precipitações estão abaixo do normal para o período, o que vem prejudicando a recuperação dos pastos.