Nesta terça-feira, 30 de junho, as indústrias brasileiras com escalas de abate mais apertadas ofereceram preços mais altos para conseguir comprar boiada pronta, segundo relata boletim pecuário da Informa Economics FNP.
“Há uma lacuna de oferta no mercado, devido ao esgotamento do gado terminado a pasto e o atraso na entrada dos primeiros lotes oriundo de confinamentos”, informa a consultoria.
Esse cenário tem emplacado forte pressão altista nas cotações da boiada, movimento que deve se manter ao longo dessa semana, já que, com a entrada de massa salarial de parte da população e a retomada gradual das atividades em alguns centros urbanos, espera-se que o consumo doméstico de carne bovina avance.
No entanto, em relação ao mercado internacional, há uma expectativa de retração no ritmo das exportações, que vinham em trajetória acentuada, de acordo com análise da FNP. Autoridades chinesas, principal mercado da carne brasileira, têm demonstrado certa preocupação com os casos de coronavírus no País, anunciando a suspensão temporária de algumas unidades frigoríficas, observa a consultoria.
Atacado
No atacado, o consumo doméstico de carne bovina ainda se mostrou retraído, mas, segundo análise da FNP, deve registrar um certo avanço a partir do meio da semana, se mantendo mais regular durante a primeira quinzena de julho. A oferta enxuta de carne bovina nas indústrias, no entanto, tem sustentado as cotações dos principais cortes bovinos.
Giro pelas praças
Em Minas Gerais, o preço da vaca subiu devido à baixa disponibilidade de fêmeas, que são abatidas visando atender principalmente o mercado interno.
Nas praças produtivas do Mato Grosso, a arroba se valorizou nesta terça-feira. Algumas indústrias do Estado, que vinham regulando a produção de carne em função da instabilidade no consumo doméstico, voltaram a se posicionar nas compras hoje, contribuindo para os ajustes positivos nas cotações.
Em Goiás, o preço da fêmea subiu nesta terça-feira. Os frigoríficos do Estado alegam grande dificuldade em adquirir boiada e, mesmo com a alta nos valores oferecidos, poucos negócios foram realizados, segundo a FNP.
Em São Paulo, os preços do gado gordo voltaram a subir. A oferta restrita de animais terminados em um ambiente de negócios firmes, sustentados principalmente por plantas exportadoras, tem emplacado pressão altista nas cotações.
No Paraná, a atuação ativa de frigoríficos que atendem ao mercado internacional também deu suporte para forte valorização da arroba no dia de hoje. Em meio a grande dificuldade na aquisição de matéria prima, novos negócios só são efetivados mediante elevação nos valores pagos.
Na Bahia, a oferta restrita de boiada gorda promoveu novos ajustes positivos na arroba da vaca.
Confira as cotações desta segunda-feira, 29 de junho, de acordo com a FNP:
SP-Noroeste: R$ 219/@ a (prazo)
MS-Dourados: R$ 207/@ (à vista)
MS-C. Grande: R$ 208/@ (prazo)
MS-Três Lagoas: R$ 208/@ (prazo)
MT-Cáceres: R$ 190/@ (prazo)
MT-Tangará: R$ 191/@ (prazo)
MT-B. Garças: R$ 193/@ (prazo)
MT-Cuiabá: R$ 187/@ (à vista)
MT-Colíder: R$ 182/@ (à vista)
GO-Goiânia: R$ 208/@ (prazo)
GO-Sul: R$ 207/@ (prazo)
PR-Maringá: R$ 215/@ (à vista)
MG-Triângulo: R$ 208/@ (prazo)
MG-B.H.: R$ 208/@ (prazo)
BA-F. Santana: R$ 213/@ (à vista)
RS-P.Alegre: R$ 205/@ (à vista)
RS-Fronteira: R$ 204/@ (à vista)
PA-Marabá: R$ 202/@ (prazo)
PA-Redenção: R$ 204/@ (prazo)
PA-Paragominas: R$ 204/@ (prazo)
TO-Araguaína: R$ 203/@ (prazo)
TO-Gurupi: R$ 201/@ (à vista)
RO-Cacoal: R$ 187/@ (à vista)
RJ-Campos: R$ 197/@ (prazo)
MA-Açailândia: R$ 200/@ (à vista)