Produção de rações deve atingir 88 milhões de toneladas em 2022, estima Sindirações

A guerra entre Rússia e Ucrânia e a crise logística global são fatores que devem afetar o setor de alimentação animal, mas que ainda assim poderá registrar crescimento de até 3,5% em 2022, prevê a entidade

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O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), divulgou nesta terça-feira (3) os dados de encerramento de 2021 com produção de 85 milhões de toneladas e crescimento próximo a 4% em relação a 2020.

Ao longo de dois anos de pandemia, diz o documento, “o setor de alimentação animal mostrou resiliência e superação ao enfrentar inúmeras circunstâncias desfavoráveis, como a incerteza da disponibilidade de matérias-primas, instabilidade logística, acentuada desvalorização cambial, alta dos combustíveis e inflação fora de controle”.


O período também foi impactado pela importação de insumos, como vitaminas, aminoácidos e enzimas. Ainda assim conseguiu registrar crescimento em ambos os períodos, 2020 e 2021.

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A previsão da entidade é avançar até 3,5% no corrente ano, embora a perspectiva original fosse de um ambiente de produção e negócios mais favorável, com a possibilidade de planejamentos e projeções com menos “intempéries”, sujeitos basicamente ao constante exercício de equilibrar os custos de produção.

Saldo final da produção estimada em 2021 e estimativa para 22 (*Estimativa; **Previsão) | Fonte: Sindirações

 

No entanto, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, pairou uma dúvida em relação a segurança alimentar de diversos países, em proporção não vista desde a Segunda Guerra Mundial.

“Decerto, a amplitude e duração das punições aplicadas à Rússia por invadir a Ucrânia, prejudicarão a dinâmica da economia mundial, dada a volatilidade dos preços, o incremento da inflação e o reduzido crescimento no curto prazo, até a possível debilidade das cadeias globais de suprimento e o enfraquecimento dos mercados financeiros integrados no longo prazo”, avalia Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.

A Rússia é ranqueada como principal exportadora global de gás natural e 2ª. de petróleo; quando somada à Ucrânia, responde por 29% das transações internacionais do trigo e 19% das do milho; enquanto que seu aliado geopolítico, Belarus, abastece praticamente 20% da demanda global de potássio.

“As consequentes restrições ao comércio podem incentivar um tipo de nacionalismo alimentar e o aumento proibitivo dos preços eclodir novas revoltas, à semelhança da “Primavera Árabe” de 2011”, diz Zani.

E por conta da deflagração do conflito, a logística continuará a representar um desafio preocupante. Tanto a Ucrânia como a Rússia escoam mais de 90% da sua produção de grãos por meio de portos do Mar Negro, enquanto que os exportadores russos, sofrem com sanções internacionais que bloquearam o seu acesso aos sistemas de pagamentos, além da exclusão por empresas marítimas ao redor do mundo.

“O preço do transporte marítimo já se elevou em 70%. A somatória desses fatores negativos já afeta a contabilidade dos custos operacionais em toda da cadeia agropecuária: lavouras de grãos, processamento industrial, importação de aditivos nutricionais, produção das rações, alimentação dos rebanhos, preços no atacado e varejo ao consumidor. De janeiro de 2020 para cá, o milho dobrou de preço, enquanto o farelo de soja já subiu 130%. Ambos são adicionados quantitativamente às rações à taxa média de 70% e 20%, respectivamente”, informa o CEO do Sindirações

O agronegócio brasileiro tem ocupado posição destacada no comércio internacional por conta da sua corrente de comércio, caracterizada por robusto desempenho exportador, apoiada nos embarques de grãos e outros gêneros agrícolas, cuja produtividade é garantida pela aplicação nas lavouras de aproximadamente 40 milhões de toneladas de fertilizantes importados (nitrogenados, fosfatados e potássicos), além dos defensivos.

Igualmente para a proteína animal, os recordes embarcados advêm de vantagens competitivas (preço e qualidade) que são moduladas, tanto pelo custo, quanto pela disponibilidade do milho, farelo de soja e derivados de trigo que alimentam os planteis de aves, suínos e bovinos.

“A garantia dessa condição privilegiada requer a maturação de medidas de enfrentamento a qualquer hipotética ameaça, e que a depender dos desdobramentos do conflito, pode ser representada por uma possível aliança político-econômica entre o Leste Europeu e a China. Assim como a Rússia, o Brasil detém grande potencial agrícola e energético e o esforço será ampliar ainda mais a participação no abastecimento externo. Por outro lado, é cada vez mais evidente a necessidade de investimentos em infraestrutura de distribuição para aproveitamento da geração de energia já instalada por aqui”, complementa Zani.

Fonte: Ascom Sindirações

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