A produtividade da agropecuária brasileira cresceu a uma taxa média de 3,36% ao ano entre 1975 e 2018, segundo dados de estudo conduzido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em 43 anos, o crescimento da produtividade do setor foi de 3,81%, com alta de 0,44% no segmento de insumos.
Os ganhos de produtividade vieram, principalmente, dos investimentos em pesquisa, da adoção de novos sistemas de produção, das melhorias em infraestrutura, incluindo estradas e escoamento da produção para o exterior por portos do Norte do país e aumento da capacidade portuária de Paranaguá (PR) e Santos (SP), e instrumentos adequados de política agrícola, segundo aponta o Mapa, em nota.
De acordo com José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação, da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa, a melhoria da produtividade no campo está associada, em especial, à mão de obra mais qualificada e à eficiência no uso de máquinas e implementos, com ganhos de qualidade e treinamento para a realização das operações. No período 2000 a 2009,o setor teve um desempenho considerado favorável, de 3,8% ao ano e o produto, 5,18% ao ano.
Nos últimos cinco anos (2014-2018), contudo, o crescimento desacelerou devido a fatores climáticos, como secas que afetaram principalmente a produção de grãos. Destacam-se os anos de 2016 e 2018, quando as safras de arroz, milho e algodão foram fortemente afetadas. O desempenho econômico foi outro fator que forçou o baixo crescimento.
“É possível que a produtividade desse período também foi afetada pela complexidade associada a uma escolha ótima de insumos. Isto também pode ser aceito sabendo que esse período [2014-2018] foi um período difícil de uma maneira geral, inclusive pelo baixo crescimento da economia brasileira nesses anos”, explica Gasques