Produtores americanos continuam leais ao glifosato

Nem mesmo as decisões legais contrárias ao produto afetaram as vendas do glifosato nos EUA

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Agricultores nos Estados Unidos continuam defendendo o uso do herbicida Roundup, da Monsanto, apesar de a Justiça ter decidido que dois homens desenvolveram câncer por causa da exposição ao glifosato, principal componente do produto. O herbicida, usado na maior parte das lavouras de milho, soja e algodão dos EUA, continua valorizado por agricultores por causa de seu baixo custo e sua eficácia. “Não tenho preocupações relacionadas à segurança”, disse Danny Murphy, que cultiva soja e milho perto de Canton, Mississippi. Na quarta-feira, ele se preparava para aplicar glifosato em suas plantações de soja.


Um júri em São Francisco decidiu na terça-feira que um homem desenvolveu câncer por causa da exposição ao Roundup, no segundo caso envolvendo o produto da Bayer a ir a julgamento. Em agosto do ano passado, a companhia tinha sido condenada a pagar US$ 289,2 milhões ao ex-jardineiro Dewayne Johnson. Na ocasião, um júri considerou que a exposição prolongada ao glifosato seria a causa do câncer de Johnson. O valor da indenização foi depois reduzido para US$ 78,5 milhões, mas a Bayer recorreu da decisão. A empresa disse que enfrenta atualmente 11.200 processos judiciais envolvendo o Roundup. Outros seis julgamentos devem começar neste ano em tribunais federais e estaduais dos EUA.

Agricultores nos EUA, Canadá, Brasil e outros países vêm ampliando o uso de glifosato desde meados dos anos 1990s, quando a Monsanto introduziu culturas geneticamente modificadas para resistir ao herbicida. A Bayer, que comprou a Monsanto no ano passado, disse que agricultores sabem usar o glifosato de forma segura. “Eles são educados sobre o assunto e sabem que órgãos reguladores em todo o mundo analisaram a segurança do glifosato e concluíram que ele pode ser usado de forma segura”, disse um porta-voz da companhia.
Lavouras transgênicas tornaram o glifosato o herbicida mais usado no mundo, responsável por cerca de US$ 5 bilhões em vendas anuais, ou cerca de um quinto do mercado global de pesticidas, de acordo com analistas da Bernstein.

O debate sobre a segurança do glifosato se intensificou em 2015, após a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, braço da Organização Mundial de Saúde, afirmar que o herbicida pode causar câncer em humanos. Órgãos reguladores como a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) e a Agência Europeia de Produtos Químicos disseram nos últimos anos que o glifosato provavelmente não causa câncer.
Até agora, as decisões desfavoráveis à Bayer não afetaram as vendas de glifosato no meio-oeste dos EUA. Alguns agricultores temem que a Bayer eleve os preços do produto para cobrir custos legais ou que reguladores restrinjam a aplicação do herbicida.

Perto de Waverly, em Iowa, Mark Mueller disse que o herbicida é essencial para o cultivo sustentável de seus 650 hectares de terras. Na última década, disse, o uso do Roundup permitiu que ele parasse de arar seus campos de milho e soja todo outono, uma prática que pode aumentar o risco de erosão.
Jay Feldman, diretor executivo da Beyond Pesticides, organização que trabalha pela redução do uso de pesticidas tóxicos, disse que muitos produtores de milho e soja não veem alternativas ao glifosato. Segundo ele, a desaceleração da economia rural nos últimos anos fez com que agricultores ficassem relutantes em abandonar o uso de produtos já estabelecidos. “Produtores sentem que estão presos a essas práticas e não têm escolha”, disse.

Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

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