Orgânicos: Produção é insuficiente para alimentar o mundo

Apesar de crescente, produção ainda é insuficiente para abastecimento da população

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Supermercado com produtos orgânicos. Foto: Portal DBO

O mercado de orgânicos vem crescendo ano após ano. Somente nos últimos sete, o número de produtores cadastrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) triplicou, com aumento de 200%. No entanto, apesar do expressivo crescimento no setor, a quantidade de unidades produtoras ainda é insuficiente para abastecer a população, como explica o diretor do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), Ming Liu:

“Os orgânicos não irão conseguir abastecer o mundo. Temos que trabalhar aquela parcela da população mundial que está cada vez mais consciente em relação a saúde, segurança e meio ambiente para que esta parte tenha opção e consiga achar esses produtos”, diz Liu.


O executivo destaca que o modelo é adotado por menos de 3% dos produtores do país, mantendo uma escala limitada de distribuição. Diferente dos produtos processados, que são mais simples, os orgânicos requerem mais cuidados: não podem usar conservantes e ainda esbarram na falta de volumes que compensem o frete.

“O produto orgânico ainda é um produto de baixa escala. Se usamos os Estados Unidos como exemplo, o maior mercado de orgânicos do mundo, cerca de 5% do que é consumido é orgânico. O restante não se tem volume para abastecer e nem condições de mercado do que precisaria para fornecer a quantidade suficiente para a população”, explica Liu.

+Consumo de produtos orgânicos cresce e já alcança 19% dos brasileiros

Mercado crescente

Em 2012 havia no país cerca de 5.934 produtores registrados no Mapa. Até março deste ano, esse número saltou para mais de 17.730. No mesmo período, também cresceu o número de unidades de produção orgânica no território brasileiro, saindo de 5.406 unidades registradas, em 2010, para 22.064 em 2018 – uma variação de 308%.

No início deste mês, representantes do setor lançaram o Instituto Brasil Orgânico (IBO). A entidade terá sede em Brasília com o propósito trabalhar na defesa, expansão e desenvolvimento da produção orgânica no país. Além disso, a instituição buscará fomentar políticas públicas, consolidar informações a partir de estudos técnicos e disseminar os princípios da alimentação saudável.

“Nossa ideia é ser uma entidade diferente das outras, não queremos ser uma entidade de empresa, de produtores, não queremos ser uma entidade de um grupo específico. Queremos ser uma entidade que represente todo o movimento”, frisa o presidente da comissão organizadora do Instituto e vice-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia, Rogério Dias. Em média, o setor orgânico cresce entre 15 a 20% por ano no país.

Polêmica na Agricultura

Recentemente, durante missão no Oriente Médio para promover o agronegócio, a ministra da Agricultura do país, Tereza Cristina, afirmou em entrevista à agência de notícias Emirates News Agency (WAM) que o Brasil tem um clima “desfavorável” para produzir alimentos orgânicos que, segundo ela, seriam “entre 15 e 20% mais caros” que os produtos não orgânicos. A fala da ministra não foi bem vista por representantes do setor.

“Esse argumento (da ministra), tem sido muito usado para defender a necessidade de agrotóxicos. Eles alegam que o país, por ser tropical, tem muitas pragas e daí precisa de muito veneno. Na realidade, nós somos um país mega diverso. Temos florestas fantásticas e exuberantes em todos os biomas. Como é que a gente tem esse equilíbrio se todas as pragas poderiam destruir tudo?”, questiona o presidente do IBO.

“Não existe nenhum país onde o clima seja 100% propício para a produção de orgânicos. É muito genérico dizer que nosso país, com dimensão continental, não tem clima adequado para a produção. O Brasil possui seis biomas, onde cada um deles tem produtos diferenciados totalmente diversos dos demais – isso influi, obviamente, do clima e da biodiversidade. É muito infantil generalizar que o Brasil, lá do norte até a parte sul, não tem clima”, defende o diretor da Organis.

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