Mais de 90% do sêmen comercializado no mercado brasileiro é de animais classificados até TOP 5% nos programas de melhoramento
Por Carolina Rodrigues
No passado, quem visitava a Expozebu, em Uberaba, MG, se deparava com uma cena corriqueira: representantes de diferentes centrais de inseminação artificial enfileirados nas arquibancadas do Parque Fernando Costa à espera do anúncio dos grandes campeões das raças zebuínas. Estavam ali para disputar a contratação dos animais que se tornariam os líderes de venda de sêmen do País.
Hoje, essas empresas têm realizado suas contratações bem longe dos parques agropecuários, diretamente nas fazendas, com base em dados dos programas de melhoramento genético. O “namoro” com os “futuros eleitos” começa pelas avaliações genômicas dos animais à desmama e se efetiva nos lançamentos dos diferentes sumários durante a Expogenética, também em Uberaba, no mês de agosto, quando os tourinhos atingem o sobreano e podem ter seu sêmen coletado para comercialização.
Levantamento da Alta Genetics, que detém 52% de todo o mercado de sêmen da raça Nelore, apontam que, em 2006, a maioria dos produtores comprava sêmen de touros classificados como TOP 25% no índice da ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores), mas, nos últimos 10 anos, esse cenário mudou muito. Os “consumidores de genética” se tornaram mais exigentes. Em 2016, os clientes da empresa já davam preferência para animais TOP 3% e, em 2019, TOP 0,5%.