As exportações brasileiras de açúcar são o principal desafio do setor sucroalcooleiro na safra 2019/20, segundo avaliação da Unidade Técnica do Sistema Famasul. A entidade observa que, em um ano, as vendas internacionais do setor “reduziram consideravelmente”.
De acordo com a Conab, as exportações brasileiras de açúcar em 2018/19 registraram queda de 28,43%, para 19,91 milhões de toneladas. A redução, explica a instituição, já era esperada devido a uma produção mundial recorde.
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Para 2019/20, o órgão prevê Brasil deve produzir 31,8 milhões de toneladas de açúcar, avanço de 9,5% ante o ciclo anterior. Desse montante, 49,2 mil toneladas virão do Mato Grosso do Sul – volume muito próximo do observado na safra anterior.
“A produção no setor sucroenergético caminha de acordo com comportamento do mercado, a queda no volume exportado se deve ao atual estoque internacional e a preços menos atrativos. Com isso, nosso volume se destina ao etanol”, explica a economista Bruna Mendes.
Ainda de acordo com Mendes, houve uma mudança no perfil dos importadores de açúcar bruto do Mato Grosso do Sul e redução de suas demandas, a exemplo da Venezuela. No primeiro quadrimestre deste ano, o complexo sucroalcooleiro do Estado exportou 27,9 mil toneladas de açúcar e outros derivados da cana, queda de 68,4% ante igual período do ano passado.
Em nota, o Cepea destaca que a maior disponibilidade de açúcar no mercado interno pressionou as cotações do cristal no mercado físico nos últimos dias. A média do indicador Cepea/Esalq, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 68,79 a saca de 50 kg na semana encerrada em 24 de maio, queda de 2,53% em relação à semana encerrada em 17 de maio.