Neste início de mês, enquanto o valor do boi gordo atingiu a sua cotação máxima no ano – em torno de R$ 160/@ –, o milho seguiu caminho aposto, recuando mais de 3% no período de um mês, para R$ 37,18 saca 60 kg (Indicador Esq/B3, à vista). O cenário tem animado bastante os pecuaristas que planejam “fechar” os seus animais na engorda intensiva durante o chamado “segundo giro do confinamento”, a partir de julho-agosto.
No entanto, o analista Leandro Bovo, sócio-diretor da Radar Investimentos, coloca uma “pulga atrás da orelha” dos que acreditam em continuidade do ritmo forte de queda no preço do milho no decorrer do ano. “Nos últimos anos, a pressão de baixa durante a colheita tem sido cada vez mais estreita, com os produtores mais capitalizados optando por segurar sua produção, estocando-a em silos bolsa e aguardando melhores oportunidades de comercialização”, alerta Bovo, em sua coluna publicada no site da Scot Consultoria.
Nesse contexto, continua o analista, apesar de a conjunção de fatores apontar para um bom ano para o confinamento, “parece ser muito cedo para o mercado poder decretar a inversão de preços da safra e entressafra do boi”. “Historicamente, as exportações melhoram bastante no segundo semestre e, neste ano de peste suína na China, esse fator deve ser exacerbado”, prevê.