Artigo do médico veterinário Neimar Correa Severo alerta para o prejuízo que pode causar a falta de exame andrológico nos reprodutores
Por Neimar Correa Severo – Médico veterinário, titular da Revivah Consultoria Técnica e vice-presidente da ABRAA (Associação Brasileira de Andrologia Animal). E-mail: ncsevero@gmail.com
A eficiência reprodutiva na cria bovina é determinada, principalmente, pelo número de bezerros desmamados em relação às fêmeas acasaladas. É o resultado da interação entre a fertilidade do touro e a fertilidade da vaca. O Brasil, mesmo com o grande crescimento da inseminação artificial em 2020 (Asbia, relatório anual), ainda precisa de muitos touros férteis para atender à demanda da monta natural.
Na edição de maio de 2021 da Revista DBO, Daniel Biluca e Antônio Chaker publicaram um importante artigo sobre esse tema. Conforme os articulistas, a necessidade de novos touros para cobertura do plantel de vacas na pecuária de corte brasileira seria de 299.679 por ano. A quantidade total de reprodutores em trabalho foi estimada em 1,8 milhão de animais, número suficiente para atender à população de 54 milhões de fêmeas em reprodução (proporção de um touro para cada 30 vacas).
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Um touro de alta fertilidade pode fecundar cerca de 80% das fêmeas acasaladas nos primeiros 21 dias de serviço da monta. Já quando se introduz no rebanho um reprodutor de média fertilidade, o resultado pode cair para 50% no mesmo período. Se o nível de fertilidade desse macho for baixo ou ainda se ele for infértil, o índice de prenhez não passará de 10% ou menos, como mostra o gráfico na página ao lado. Isso reforça a importância de se fazer a avaliação andrológica dos reprodutores para retirada daqueles que apresentam condições reprodutivas insatisfatórias.