A disseminação da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) pela Ásia, uma possível segunda onda de surtos no norte da China, e a ocorrência contínua da doença na Europa confirmam que o vírus continuará sendo a questão dominante no mercado global da proteína animal em 2020, segundo relatório internacional do banco holandês Rabobank, divulgado nesta quinta-feira, 12 de dezembro.
De acordo com o estudo, a ASF se espalhou para novos países da Europa, como Sérvia, Polônia e Eslováquia, onde a doença entrou em fazendas comerciais. Na Bélgica, relata o banco, um novo caso do vírus em um javali foi relatado em novembro, “indicando que o controle da doença nas florestas é problemático”.
Estima-se que o rebanho de porcos da China sofra redução de 55% em 2019, prevê o estudo. Porém, em 2020, é possível que o ritmo de perdas no plantel chinês seja reduzido, devido sobretudo ao aprimoramento de algumas medidas de biossegurança, relata o banco.
Diante do atual cenário, nos próximos meses, continua o Rabobank, são esperadas grandes remessas de carnes ao mercado chinês, partindo dos EUA, Canadá e da América do Sul (principalmente do Brasil) e de alguns países europeus (Reino Unido, Espanha, Alemanha, Holanda e Itália) – todas essas regiões citadas tiveram, recentemente, novas unidades habilitadas para exportar proteínas ao gigante asiático.
Além da China, outros países asiáticos sofrem com a disseminação da ASF. É o caso do Vietnã, cuja produção de carne suína deverá diminuir em 21% em 2019, com uma queda adicional de 8% em 2020, segundo projeções do Rabobank.
Entre fevereiro e novembro de 2019, o Vietnã perdeu 5,9 milhões de porcos contaminados pela ASF, representando 21% do rebanho do país. “Calculamos que 7,5 milhões de porcos (incluindo 1,1 milhão de porcas), ou 27% do rebanho total, seja perdido no Vietnã até o final deste ano”, prevê a instituição. Para 2020, caso a doença se espalhe com maior intensidade, o rebanho de suínos do Vietnã poderá sofrer um declínio adicional de 13% acrescenta o relatório.