Rede ILPF entra na briga para atrair investidores em sistemas de integração no País

Lideranças da entidade querem alcançar US$ 1,4 bilhão em recursos para o projeto brasileiro nos próximos seis anos

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Nesta semana (29/9), a Associação Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, a Rede ILPF, apresentou oficialmente o fundo Financiamento Facilitado para Agricultura Sustentável (SAFF, na sigla em inglês). O foco, a partir de agora, é mostrar a outros  investidores nacionais ou estrangeiros o quanto a transformação de uma área de pastagem degradada em uma área mais produtiva, com maior lotação de animais e com mais atividades agregadas à criação de gado, pode ser mais lucrativa para eles também.

O aporte inicial anunciado foi de US$ 86 milhões, vindos do Banco Mundial. Para os próximos meses, está na agenda dos diretores da Rede ILPF reuniões com mais investidores. As rodadas de negócios prometem ser bem intensas, segundo o biólogo Renato Rodrigues, pesquisador da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro, e presidente do Conselho Gestor da Associação Rede ILPF. A meta é somar US$ 1,4 bilhão dentro de seis anos.


“A pecuária é o ponto principal dessa história”, afirma Rodrigues.

Criada em 2012, a Rede ILPF passou a ser uma associação em 2018. Entre os seus associados estão Embrapa, Bradesco, Ceptis, Cocamar, John Deere, Soesp e Syngenta. O fundo servirá, justamente, para acelerar o propósito do grupo: tornar cada vez mais áreas de pastagens degradadas em sistemas mais produtivos com algum dos 4 tipos de consórcio: pecuária-lavoura, pecuária-floresta, lavoura-pecuária-floresta ou lavoura-floresta.

A meta para os próximos dez anos é que o País saia de uma área de 16 milhões de hectares de ILPF para 30 milhões de hectares. Além de elevar a produtividade da pecuária, da média atual de 1,2 unidade animal ( 1 UA equivale a 450 quilos) por hectare, para uma lotação de até três UAs por hectare.

Renato Rodrigues, biólogo, pesquisador da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro (RJ) e presidente do Conselho Gestor da Associação Rede ILPF. Foto: Divulgação/Embrapa

Benefício a quem investe

Desde que a Rede ILPF se tornou uma associação independente, ela começou a programar esse grande passo para a captação de recursos. A aposta deu certo. O aporte do Banco Mundial já é a segunda da fila. A primeira foi uma captação a fundo perdido de US$ 23 milhões, vinda do governo britânico para monitorar o desempenho dos sistemas integrados.

No entanto, a aposta, daqui para frente, é criar fundos que rentabilizem os investidores, como é o SAFF. “Em época de economia mais travada se torna cada vez mais difícil captar recursos a fundo perdido. Por isso, fizemos uma modelagem financeira que permite a atratividade ao fundo, com um retorno garantido ao investidor”, explica Rodrigues.

O retorno financeiro do SAFF é entre 7,2% a 12,2% ao ano, aos investidores iniciais, e de 5,5% ao ano, para os investidores que forem entrando posteriormente. A operação ficará a cargo do Bradesco, associado à Rede ILPF, e à gestora de fundos brasileira JGP.

O tempo de permanência mínima é de dez anos no fundo. Além do retorno financeiro, os investidores terão nas mãos vantagens como o acesso a um mercado de créditos de carbono que também será estruturado através do fundo.

Sistema de integragação Lavoura-Pecuária-Floresta. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa

Quem terá acesso?

A ideia é que o fundo opere sempre em linha com projetos de ILPF desenvolvidos pela Rede e seus associados, ou que sejam de interesse dos investidores. Nesse primeiro momento, segundo Rodrigues, o fundo apoiará propriedades em sete Estados: Paraná, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, totalizando 90 mil hectares.

O pecuarista terá taxas que variam de 4,5% ao ano a 9,1% ao ano. Conforme o produtor avance no desempenho de sustentabilidade, que serão monitorados, as taxas de juros podem cair até 25%. Isso fará com que a taxa de 4,5% ao ano passe para 3,38% ao ano.

“Quanto maior forem os índices de sustentabilidade da fazenda, menores serão suas taxas”, afirma o presidente da Rede ILPF.

Além do benefício financeiro, os produtores contarão com assistência técnica gratuita no que for necessário para a conversão de sua área e a certificação da propriedade.

Para o futuro é esperado que seis Estados se fortaleçam com o incremento de áreas consorciadas: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo. No entanto, para Rodrigues, o Nordeste também deve ter bons resultados.

“A região do Sealba, que compreende os Estados de Sergipe, Alagoas e a Bahia, mais o Matopiba, em sua totalidade, também podem ter grande crescimento da adoção de sistemas de integração”, diz Rodrigues.

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