A partir de 1º de janeiro de 2021, os agricultores ingleses não receberão mais o Basic Payment Scheme (BPS), um subsídio derivado da UE que recebem de acordo com a quantidade de terra que ocupam. Em vez disso, o governo comprometerá a mesma quantia de financiamento, como se a Inglaterra tivesse permanecido na UE, mas retirará gradualmente os pagamentos diretos aos agricultores ao longo de um período de sete anos e canalizará esse dinheiro para outros esquemas concebidos para aumentar a produtividade e proteger o ambiente, informa o site irlandês AgriLand.
Diferentes esquemas funcionarão no País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, proporcionando a perspectiva de uma concorrência interna significativa entre regiões. A mudança fará com que os agricultores enfrentem uma potencial lacuna de renda entre a redução dos pagamentos diretos nos próximos quatro anos e a introdução do novo regime de gestão ambiental de terras após 2024.
De acordo com reportagem publicada nesta primeira semana de dezembro, o novo Esquema de Gestão Ambiental de Terras acabará pagando os agricultores por atividades como prevenção de enchentes, plantio de madeira e aumento da biodiversidade.
‘A Falta de Detalhe’
Com apenas um mês para o fim do período de transição do Brexit com a UE, os agricultores não têm maiores detalhes sobre o apoio disponível, conforme o BPS for gradualmente retirado. Alex Robinson, Chefe de Agricultura do escritório de advocacia de Midlands, Wright Hassall, acredita que os agricultores correm o risco de ficarem perdidos devido à falta de organização do governo e continuarão a precisar de apoio financeiro, enquanto se adaptam ao foco dos países do Reino Unido, que agora mudam para o meio ambiente.
“O governo está enviando mensagens contraditórias – eles querem que os agricultores sejam mais produtivos ao mesmo tempo em que protegem e melhoram o meio ambiente, mas não divulgaram, até agora, nenhum detalhe sobre como os agricultores podem conseguir ambos enquanto ganham a vida”, afirma Robinson.
De acordo com a advogada, a grande maioria dos agricultores deseja cultivar em padrões elevados e em sintonia com o meio ambiente, mas isso leva a custos de produção mais altos – e o consumidor do Reino Unido não está acostumado a pagar um preço realista por um produto de qualidade. “A renda dos agricultores já está abaixo do custo de produção – daí a necessidade de apoio do governo para preencher a lacuna”, afirma. Para ela, a agrotecnologia pode ser a resposta no longo prazo, mas, no momento, esse pacote é muito caro.“Muitos agricultores já estão implantando técnicas de agricultura de precisão usando GPS e agricultura de precisão, mas demorará para serem mais amplamente utilizadas”, afirma. “Os agricultores sempre seguiram a política do governo. Se certos resultados históricos agora são vistos como indesejáveis, a culpa é da política da época, não dos agricultores. ” Fonte: Traduzido de AgriLandão