A queda na qualidade das pastagens, intensificada pelas recentes geadas, continua pressionando para baixo as cotações dos animais de reposição, informa a Scot Consultoria
No fechamento desta semana, considerando a média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados e Estados pesquisados pela Scot, os preços fecharam com queda de 1% frente ao levantamento da última semana.
Desde o início do mês, informa a Scot, a queda acumulada na reposição foi de 2,1%.
Pela segunda semana consecutiva, as fêmeas puxaram para baixo os preços, em função da baixa liquidez no mercado, observa a consultoria.
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Considerando a média de todas as categorias e Estados monitorados o recuo da categoria de fêmeas foi de 1,3%, frente ao recuo de 0,6% da média das categorias dos machos anelorados.
Entre as fêmeas, a menor demanda se estende para todas as categorias, em especial as mais jovens, com queda de 1,4% na média da bezerra de ano (12 meses de idade) e desmama, frente a 1,3% das categorias mais eradas (vaca e novilha).
Para os próximos dias, prevê a Scot, os vendedores devem continuar diminuindo a resistência aos negócios com os pastos cada vez mais secos. “Com isso, a movimentação com animais de giro rápido tende a aumentar”, prevê a consultoria.
Segundo a IHS Markit, a procura por categorias mais jovens segue bastante abaixo da média para o período, em função dos aumentos nos custos de nutrição.
“Os relatos sobre a dificuldade de escoamento de animais até 15 meses seguem com bastante ocorrência no mercado”, destaca.
As recentes geadas que atingem a região Centro-Sul do País impactam as lavouras de cana-de-açúcar, milho e sorgo, forçando o uso de suplementação para a engorda ou manutenção do peso dos animais, observa a IHS.
“Tal situação também eleva de maneira significativa os custos de produção, inviabilizando o confinamento de animais jovens”, acrescenta.
Essa dificuldade de engorda em situações de adversidade climática gera maior oferta de animais para recria, mas não há interesse por negócios por parte dos invernistas, ressalta a IHS.
A engorda de animais em boiteis segue sendo a válvula de escape dos produtores rurais de pequeno e médio porte.
Essas propriedades especializadas conseguem barganhar preços menores no mercado de grãos, devido ao tamanho de suas estruturas, o que permite realizar grandes operações de compras de insumos.
No entanto, diz a IHS, a elevação da capacidade instalada é necessária para a continuidade das operações dos boiteis, em especial no Mato Grosso, onde as unidades já utilizam grande parte do espaço disponível.
“Os riscos de emagrecimento dos animais confinados são crescentes, em função da elevação dos preços da silagem de cana-de-açúcar”, reforça a IHS.
Apesar da dificuldade para encontrar espaços em boiteis, a categoria mais procurada no mercado de reposição ainda são os garrotes mais erados, entre 15 e 18 meses, que chegam ao cocho com 10 arrobas, relata a IHS.
O boi magro ainda não oferece rentabilidade no patamar recorde de preço que se encontra, ao redor de R$ 4.000/cabeça. “Nesse cenário, os preços de animais de todas as categorias registram queda grande parte do País”, informa a IHS.