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Caiado Fraga aposta em modelo animal equilibrado

Grife, que já foi referência no Simental capixaba, se estabelece como produtora de zebu com padrão racial e produtividade, para atender demanda mato-grossense

Vacada Nelore na Fazenda Vitória, em Castanheira, MT: fenótipo equilibrado.

Por Carolina Rodrigues

A pós muitos anos como selecionador tradicional de Simental, raça que tem a grife Caiado Fraga como referência no Brasil, o pecuarista Amarílio Caiado Fraga Filho tomou uma decisão duplamente significativa em 2002: deixar o Espírito Santo e trocar essa raça europeia pelo Nelore. “Naquelas bandas”, somente se falava em gado branco e muito pouco em cruzamento industrial, que havia caído em total descrédito, por causa do descompasso entre expectativas que se criaram e o desempenho que os animais tiveram, sem manejo e alimentação que lhes permitissem expressar seu potencial produtivo.

O filho de Amarílio – Alexandre Caiado Fraga, hoje à frente da marca – lembra que todas as raças de origem europeia sofreram muito com aquela crise. “Foi uma quebradeira danada e isso nos forçou a buscar novos caminhos”, salienta. A Fazenda Vitória, no município de Castanheira, norte de Mato Grosso, havia sido adquirida em 1994 , justamente com o propósito de diversificar a atividade e buscar novas fronteiras Brasil afora. Naquela época, o Mato Grosso começava a despontar com grandes projetos de pecuária extensiva e parecia uma região promissora para se desenvolver novo trabalho com o zebu. “Levamos apenas 100 vacas Simental e Guzerá para lá. O Nelore veio depois, adquirido na própria região”, diz Alexandre.

Já tarimbados na seleção de Simental, que tem a morfologia como requisito básico para identificação dos melhores animais de pista, os Fraga não tiveram dificuldade para definir a base genética de seu plantel Nelore. Foram buscá-la nas fazendas tradicionais, onde “o olho do dono engorda o gado”. Os primeiros exemplares foram adquiridos de empresas que são referência para raça no Mato Grosso: o Grupo Camargo, em Poconé, e a Carpa Serrana, em Barra do Garças. Mas o “grosso” da base veio de projetos capixabas igualmente conhecidos, como o Condomínio Brotas e a Agroquima. Desta última, foram arrematadas 300 vacas, em uma grande liquidação de plantel.

Amarílio Caiado Fraga (de calça azul) com um dos campeões do famoso criatório de Simental que manteve, por muitos anos, no Espírito Santo.

Hoje, o criatório Caiado Fraga reúne 800 matrizes, das quais 70% são Nelore e outras 25%, Guzerá. O restante, apenas para “manter a tradição”, é de Simental. “Temos um carinho enorme pela raça, já que sua história se confunde com a da nossa família”, diz o criador. Seu tio avô (Agostinho Caiado Fraga, o “Fraguinha”) fundou a associação de criadores em 1963, com “feitos históricos”, muito além do associativismo. Foi em sua propriedade, a Fazenda Sabiá, em Muqui, sul do Estado, quase na divisa com o Rio de Janeiro, que se criaria a primeira raça sintética derivada do Simental, o Simbrasil, fruto de cruzamentos do Simental com o Guzerá, uma raça considerada, igualmente, de dupla aptidão e tamanho robusto.

“Rústico e sistemático”

A palavra “robustez” sempre guiou a seleção Caiado Fraga, com animais direcionados para trabalhar a campo, ou seja, forjados para o sistema de produção a pasto do Brasil Central. No Mato Grosso, a Fazenda Vitória conta atualmente com 300 reprodutores Nelore e Guzerá. Esta última, um “xodó” de seu pai, é criada, desde 1958, no Espírito Santo. Os touros são de produção própria e também adquiridos de criadores locais, do Pará e de Rondônia. “Nós vivemos num ambiente muito técnico e muitas vezes achamos que isso chegou no campo. Mas a realidade da nossa pecuária, principalmente da cria, ainda é muito extensiva”, diz Alexandre, que mantém uma boa variedade de forrageiras na fazenda (as braquiárias MG5 e humidícola, mais alguns panicuns) para fugir de um problema recorrente na região: a morte súbita do braquiarão.

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