Thiago Fernandes Bernardes, professor do Departamento de Zootecnia da UFLA, aponta como evitar falhas na silagem de grãos energéticos
Por Thiago Fernandes Bernardes – Professor do Departamento de Zootencia da Universidade de Lavras
A cadeia produtiva da carne no Brasil é composta por três fases: cria, recria e terminação. As duas primeiras são conduzidas normalmente a pasto e, a terminação, fase mais intensiva, depende de um cuidadoso planejamento alimentar, principalmente quanto aos ingredientes que serão usados na dieta, não apenas em termos quantitativos, mas principalmente qualitativos.
Nos últimos 5 anos, o Brasil tem confinado cerca de 5,5 milhões de cabeças e percebe-se um crescimento linear dessa atividade ao longo dos anos. Uma vez que a dieta representa um dos principais custos da arroba produzida e a compreensão dos principais ingredientes adotados pelos nutricionistas pode direcionar novas pesquisas e tecnologias, a Universidade Federal de Lavras (Ufla) fez um levantamento para determinar como os grãos energéticos (milho e sorgo) têm sido processados pelas fazendas.
Os grãos energéticos podem compor até 70% do custo de uma dieta de animais em terminação; portanto, é de fundamental importância a geração de novas estratégias nutricionais para esses ingredientes.
Cento e quarenta e nove confinamentos foram utilizados para compor os dados. Essas unidades estavam presentes em 10 diferentes Estados da Federação. A maioria se encontrava em São Paulo (26,8%), seguido por Mato Grosso (17,40%), Minas Gerais (16,1%), Mato Grosso do Sul (12,1%), Goiás (11,4%), Paraná (6%) e os outros Estados representaram 10,1%. Além dos alimentos energéticos e fibrosos utilizados nas dietas, o questionário também possuía perguntas sobre a capacidade estática das instalações, o número de animais abatidos anualmente, a raça predominante e a relação concentrado: volumoso.
A maioria das unidades (71,8%) confinavam menos de 5.000 animais, 15,4% entre 5.000 e 10.000 animais e 12,8% possuíam capacidade superior a 10.000. O número total de bovinos abatidos por ano foi de 1.577.790, ou seja, cerca de um quarto dos confinamentos brasileiros foram amostrados se considerarmos que o Brasil abate uma média de 5,5 milhões de cabeças/ano. Entre as unidades entrevistadas, a menor abatia cerca de 800 animais/ano e a maior 65.000 animais/ano. A raça Nelore representou 66,4% e os animais denominados como “cruzados”. 33,6%.