Método pode ser usado de forma combinada com outros tipos de pastoreio, como lotação contínua e rotacionada
Por Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação do Rehagro e das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu); consultor associado da Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), de MG, e investidor nas atividades de pecuária de corte e leite.
No dia 21 de junho, chegou a estação de inverno de 2022 no Hemisfério Sul. Se sua fazenda está em regiões onde essa estação coincide com a seca, a disponibilidade e também a qualidade da forragem cairão gradativamente ao longo da estação. Uma das estratégias para garantir pelo menos disponibilidade desse alimento é o “diferimento”, que consiste em deixar uma parte das pastagens em descanso antes do término do período chuvoso, com o objetivo de acumular forragem para consumo durante o período da seca.
Esse método também é conhecido no meio pecuário como “ vedação” ou “veda”. A forragem acumulada é chamada de “feno em pé”, pois o capim, desidratado pela falta de chuvas, lembra esse volumoso.
O diferimento pode ser usado de forma combinada com outros métodos de pastoreio, tais como lotação contínua e lotação rotacionada, mas normalmente é empregado em sistemas de baixa e média intensificação da produção, que alcançam até 2 UA/ha/ano. O processo de vedação deve ser iniciado 60-120 dias antes de se estabelecer na região o fator climático que determina a diminuição ou a paralisação do crescimento do capim.
Na maioria das regiões pecuárias do Brasil, o fator climático mais importante é a chuva. Outro parâmetro importante para determinar de quando iniciar o diferimento das pastagens é o balanço entre a quantidade de forragem que se deseja acumular e seu valor nutritivo. Quanto mais cedo em relação ao término das chuvas for feito o diferimento, maior será a quantidade de forragem acumulada, porém menor será o seu valor nutritivo e vice-versa.