Especialista propõe série de ações para gerenciar perdas na produção e uso
Por Denis Cardoso
“A ensilagem é um constante processo de gerenciamento de perdas”. A frase, mencionada pelo engenheiro agrônomo Rafael Henrique Pereira dos Reis, professor do Instituto Federal de Rondônia (IFRO, campus Colorado do Oeste), resume bem a importância do uso eficiente de volumosos no processo de engorda de animais em cocho, sobretudo quando o insumo é o milho, que explodiu de preço este ano, atingindo o pico de R$ 103 a saca (Indicador Cepea/Esalq, base Campinas, SP) em março. “A silagem é um componente altamente relevante no custo do confinamento e, portanto, exige um controle rigoroso no processo de produção, armazenamento, transporte e utilização”, sentencia o professor.
Segundo ele, as perdas ocorrem em todas as etapas da ensilagem – da lavoura ao cocho – e capacidade de evitar tais prejuízos depende muito mais de disciplina e do conhecimento técnico do que de quaisquer outros investimentos que demandam encargos financeiros. “Por isso, é importante o acompanhamento minucioso de todo o processo da ensilagem, a fim de reduzir perdas e otimizar a eficiência na dieta”, reforça.
Em maio último, durante o Encontro de Confinadores e Recriadores (evento organizado pela Scot Consultoria, em Ribeirão Preto, SP), Reis apresentou a palestra “Redução de custos e otimização de respostas em silagem de milho para animais confinados”. O tema surgiu a partir de troca de ideias entre os membros do Grupo de Pesquisa QCF – Qualidade e Conservação de Forragens, coordenado pelo engenheiro agrônomo Luiz Gustavo Nussio, professor titular na Esalq/USP.
Na prática, o processo de gerenciamento de perdas envolvendo a silagem de milho independe do tamanho do rebanho confinado. “Não importa a escala; seja para 1.000 ou para 20.000 animais, ao levar em consideração o percentual de perdas ou de melhorias em cada uma das etapas, o impacto (negativo ou positivo) tende a ser bastante significativo”, ressalta.