Pouco difundida nos confinamentos, necrópsia é essencial para se descobrir o que provocou a morte do animal
Por Renato Villela
Identificar a causa da morte de um animal no confinamento é fundamental para traçar um plano de ação capaz de prevenir o mal que provocou o óbito, bem como para calibrar os indicadores sanitários, essenciais para melhorar a performance da atividade. Um animal morto por pneumonia, mas sem registro de que não tenha sido tratado para a doença, por exemplo, pode elucidar falhas no diagnóstico da equipe ou na rotina da ronda sanitária. Caso tenha sido tratado e mesmo assim não tenha resistido, o problema pode estar na ineficiência do medicamento, no desvio de dose (subdosagem) ou ainda no tratamento tardio.
Essa radiografia só pode ser feita quando há certeza da causa mortis. E a forma mais segura de se descobrir o que de fato aconteceu é por meio da realização de uma necrópsia. “Se você não sabe o que está acontecendo, fica no escuro ou à mercê do achismo”, adverte o veterinário Anderson Lopes Baptista, diretor da Foco Consultoria, de Araxá, MG.
Com a técnica, o gestor da fazenda consegue reduzir o índice de “morte não identificada”, um entrave para a adoção de medidas preventivas e/ou corretivas. A prática também minimiza um erro corriqueiro no campo, que é o de associar diretamente os sinais clínicos da doença que acometeu o animal à causa de sua morte, o que nem sempre traduz a realidade.
“A sintomatologia engana muito. Certa vez, num confinamento, tratamos oito bois contra a pneumonia, pois estavam emagrecendo muito e tinham o pelo arrepiado. Mas eles morreram. Fizemos a necrópsia e descobrimos que a morte tinha sido provocada por um pedaço de arame”, conta o veterinário.