Empresa do norte do ES obtém 1/3 de seu lucro operacional com a produção de composto orgânico, que aduba áreas de lavoura, principalmente milho
Por Ariosto Mesquita
Até há alguns anos, conseguir dar destino correto aos dejetos de animais era uma grande dor de cabeça para o confinador. Hoje, para alguns, é redução de custos. Com um pouco de trabalho e investimento, o esterco vira compostagem, coproduto relevante e sustentável para o negócio da pecuária intensiva. No Espírito Santo, por exemplo, a NA Agropecuária, com rebanho médio de 7.000 cabeças e agricultura de soja, milho e sorgo, tem conseguido significativa economia de custos com adubação da lavoura, usando composto em vez de adubação química.
Segundo o veterinário Vitor Alves, administrador da empresa, nas áreas em que o coproduto foi aplicado, houve uma redução de R$ 5.200/ha para R$ 650/ha com adubação convencional. “Usamos o conceito de custo-oportunidade, já que pecuária e agricultura trabalham com planos de contas diferentes. Assim, quem compra o composto produzido pela pecuária é a nossa agricultura”, explica o produtor, que, em maio passado, durante o Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto, SP, apresentou os resultados da Fazenda Esplanada, de Montanha (norte do Espírito Santo, na divisa com Minas Gerais e Bahia). Em 2021, do lucro operacional por boi (R$ 322), um terço (R$ 100) veio da operação com esterco (veja tabela).