Com drone e inteligência artificial, sistema lê altura do pasto e indica quando e quanto suplementar os animais para manter a lotação mais constante
Por Ariosto Mesquita
Os chamados “veranicos” (estiagem durante o período chuvoso) sempre foram uma “dor de cabeça” para o pecuarista que trabalha com pastejo rotacionado. Quando esse fenômeno climático ocorre, há uma inevitável queda na oferta forrageira, exigindo redução da carga animal. Quando volta a chover, a operação se inverte, e, se ocorre novo veranico, tudo se repete. Esse entra-e-sai de animais do pasto, contudo, pode ser evitado com a ajuda da tecnologia. Em vez de mexer na lotação, pode-se aumentar ou diminuir a suplementação no cocho, usando um novo sistema chamado Konect Pasto.
Ele foi apresentado em 25 de março, durante um dia de campo no Centro de Pesquisa Nutripura, localizado na Fazenda Fazendinha, distante 35 km de Pedra Preta, município do sudeste mato-grossense. Desenvolvido pela startup Koneksi, braço de inovação tecnológica da Nutripura, com validação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), esse sistema utiliza dados obtidos em metanálise de pesquisas sobre suplementação em sistemas rotacionados e tecnologias 4.0 como drones, imagens de satélites e inteligência artificial.
Como funciona
Para usar o Konect Pasto, é preciso coletar dados do sistema produtivo (por sensores e/ou pelo homem) e incluí-los em um aplicativo para dispositivos móveis, que ajuda a monitorar diferentes manejos como movimentação de animais nos piquetes, ajustes de lotação e suplementação, cadastro de precipitações pluviométricas, acompanhamento de ganho de peso, aplicação de adubos e medição de alturas de pasto. O sistema prevê o uso de drones para leitura semanal da altura dos pastos nas águas.