Adesivos de detecção de cio aumentam a taxa de prenhez e otimizam o uso do sêmen, permitindo também identificar vacas que precisam de uma “ajudinha” para ovular.
Por Carolina Rodrigues
Na pecuária moderna, a observação de cio é um manejo em desuso em função do avanço da inseminação artificial em tempo fixo (IATF) nas fazendas brasileiras, técnica que permite sincronizar e induzir a ovulação das fêmeas expostas à reprodução. O que muita gente não sabe, entretanto, é que identificar quais vacas que expressam cio, mesmo nos protocolos de sincronização, é fundamental para se obter melhor taxa de prenhez na estação de monta.
Foi o que constatou um grupo de produtor assessorados pela Nutrigen, consultoria em reprodução bovina, com sede em Paragominas (PA), um dos pólos de difusão da IATF no País, segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Eles têm usado uma ferramenta simples e prática: os adesivos para detecção de cio, que funcionam como alternativa à observação visual e permitem identificar estro inclusive em períodos noturnos. O emprego desses dispositivos baratos (R$ 10 a unidade) vem crescendo em fazendas de cria do País como ferramenta auxiliar à IATF.
Álvaro Borba Neto, proprietário da Nutrigen, que assessora 38 fazendas num raio de 220 km de Paragominas, explica como o adesivo funciona. “Não se trata de uma grande novidade; ele já é usado na pecuária de corte e de leite há alguns anos, mas foi aperfeiçoado mais recentemente. É colocado próximo à cauda da fêmea e vai se desgastando gradativamente, caso ocorra monta por um rufião ou mesmo outras matrizes do lote, até o momento da IATF. Quanto mais desgastado o adesivo, maior o nível de cio da fêmea”.