Alta do sal proteinado faz produtores recorrerem à antiga tecnologia, que garante ganho de peso semelhante em categorias mais eradas
Por Renato Villela
O bom e velho sal com ureia está de volta. Preterido pelo proteinado nos últimos anos, ele retornou com força ao cardápio bovino. A valorização dessa tecnologia simples, que começou a ser usada no Brasil no início dos anos 80, se deve à alta dos grãos usados no suplemento proteico, como os farelos de soja, trigo, algodão ou milho, componentes mais comuns da formulação, que conta ainda com cloreto de sódio, outros minerais e aditivos. O preço salgado das fontes proteicas obrigou o produtor a fazer contas e comparações.
“Nas categorias mais eradas (vacas, principalmente), a diferença de desempenho é pequena entre os dois produtos; por isso, vale a pena lançar mão do sal ureiado, que está com custo bem mais baixo”, afirma Ricardo Bürgi, da Burgi Consultoria Agropecuária, de Piracicaba (SP).
Essa semelhança deve-se ao fato de a ureia ser uma fonte “indireta” de proteína. Ela fornece o nitrogênio necessário para a síntese proteica realizada pelas bactérias do rúmen. O proteinado, por sua vez, além de nutrir os microrganismos, entrega os aminoácidos prontos para o animal “converter” em músculo (carne). Essa maior “eficiência” se traduz em ganho de peso e é mais acentuada nas categorias mais jovens, que demandam mais proteína, uma vez que estão em fase de crescimento. “Bezerros recém-desmamados podem ganhar mais do que o dobro de peso com o proteinado em relação ao sal-ureia”, afirma Burgi.