Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA-RS), e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) realizaram uma videoconferência nesta quinta-feira (23/07) para traçarem medidas de controle da praga Shistocerca cancellata. A reunião foi coordenada pelo secretário Covatti Filho. A nuvem de gafanhotos se encontra na província de Corrientes, na Argentina, a 98 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí.
O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr, Ricardo Felicetti, afirmou que a Secretaria já tem o plano emergencial de supressão de surtos de gafanhotos Schistocerca cancellata estabelecido.
“Atualmente, está na fase de vigilância e monitoramento, atuando na obtenção e geração de informações sobre a nuvem no país vizinho, juntamente com o esclarecimento aos produtores, bem como vigilância a campo”. Segundo ele, há manutenção do estado de alerta devido à proximidade da nuvem. “Contudo, não há evidências de que ela ingressará em solo gaúcho nos próximos dias”, afirma.
“Mas, caso seja necessário, todos temos que atuar rapidamente, uma vez que a praga apresenta grande movimentação. A nuvem andou 30 quilômetros de um dia para o outro”, alertou Felicetti.
Conforme o engenheiro agrônomo, é preciso conjugar esforços para combater o inimigo, que pode causar sérios prejuízos à agricultura gaúcha. “Para tanto, é fundamental que os produtores estejam em estado de alerta e comuniquem qualquer evidência da nuvem às inspetorias de defesa agropecuária da Seapdr, ou aos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar mais próximos, bem como atuem conjuntamente no controle, caso ocorram os surtos”.
De acordo com o secretário Covatti Filho, que esteve em Brasília nesta quarta-feira (22/07), o recurso de R$ 600 mil, que será liberado pelo Mapa, poderá ser utilizado na aquisição de produtos para tratamento fitossanitário e contratação de serviços de aplicação de inseticidas. “Os recursos contemplam 21 dias de tratamento, visando ao controle inicial e das gerações que nascerem das posturas das fêmeas. Mas acreditamos que a chance da nuvem chegar ao Estado nos próximos dias é baixa”.
Felicetti esclareceu que, se houver adoção de controle químico, as aplicações necessariamente são sempre submetidas à prescrição de receituário agronômico com recomendação específica para a praga e atribuição de responsabilidade técnica, além de serem fiscalizadas pela Seapdr. “Serão feitas de maneira segura, visando à preservação do meio ambiente e principalmente à proteção da saúde humana e dos consumidores”.
Sobre aviação agrícola, Felicetti informou que há disponibilidade de aviões que fariam a aplicação. “A disponibilidade é para localização estratégica, uma vez que a nuvem apresenta grande mobilidade. Com isso, poderia ser acionada a aeronave mais próxima de onde se encontra a nuvem, a fim de aplicar o controle o mais rápido possível”.
Fonte: Seapdr