Tecnologia da atmosfera modificada conserva a carne por mais tempo, sem prejudicar seus principais atributos
Por Sandra Carvalho – Zootecnista, doutora em tecnologia de carnes e professora do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina. E vice-presidente da Sociedade Brasileira de Zootecnia.
A carne in natura ‒ também chamada popularmente de carne “fresca” ‒ é um produto altamente perecível, devido ao rápido crescimento microbiano, que ocasiona desidratação e perda de coloração. No Brasil, os cortes de carne são comumente comercializados na forma in natura, em supermercados, açougues e boutiques, onde são expostos (já embalados) em balcões refrigerados de autoatendimento, para fácil escolha e compra por parte do consumidor.
Trata-se de um sistema moderno e higiênico, no qual as embalagens valorizam o produto, ao mesmo tempo em que servem como barreira a sujidades e contaminações, aumentando a vida útil da carne e. com isso, reduzindo perdas tanto econômicas quanto ambientais. Nesse sistema de autoatendimento, começa a despontar a embalagem com atmosfera modificada (EAM), que valoriza a carne bovina e ainda soluciona problemas detectados nas embalagens mais comuns, como as bandejas de isopor fechadas com filme plástico, dentre eles a aparência ruim e o curto tempo de validade (até dois dias, dependendo do produto).