Um dos maiores produtores de grãos e fibra no Centro-Oeste, a Scheffer, com sede em Cuiabá (MT), emitiu um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) no valor de R$ 200 milhões. Esta é a segunda operação da companhia neste tipo de título de crédito. Em 2017, ainda como pessoa física, a empresa emitiu um CRA que a colocou na vitrine do mercado financeiro. O grupo cultiva soja, milho, algodão e faz pecuária.
O CRA corresponde a uma operação de recebíveis, na qual o produtor agrícola, ou qualquer empresa com negócios no setor, usa o mercado de capitais para realizar investimentos. Em termos práticos, em vez de procurar um banco e emprestar dinheiro opta-se pela emissão do título.
Desta vez, já como pessoa jurídica, a Scheffer conseguiu atrair 899 milhões junto à operação, realizada no final de dezembro de 2020 e coordenada pela XP Investimentos, juntamente com o BB Investimentos e a securitizadora ISEC. Ícaro Fonseca, responsável pela cobertura do agronegócio da XP Investimentos, destacou que mais de 20 instituições realizaram ofertas no CRA emitido pela Scheffer e isso se deve ao cenário positivo para investimentos neste tipo de título de renda fixa.
“Temos um mercado aquecido para este tipo de investimento financeiro. Para o investidor que procura um opção de título de renda fixa, especialmente pessoa física, em que não há imposto de renda sobre a operação, o CRA significa um negócio interessante e com bom retorno financeiro. E no caso da Scheffer a demanda foi muito positiva, com milhares de pessoas físicas investindo”.
De acordo com o diretor da companhia, Guilherme Scheffer, a empresa vem investido ao longo dos anos em processos e auditorias. “Temos uma política de transparência e gestão de risco. A profissionalização administrativa e financeira das fazendas e o bom histórico de pagador junto a fornecedores e bancos também possibilitaram que a companhia iniciasse operações mais arrojadas junto ao mercado de capitais”, afirma o diretor.
O CRA da Scheffer foi uma emissão com validade para três anos, com amortização do capital nos últimos dois anos e remuneração de IPCA+ DE 4,13%. Por ser uma operação que não necessita do intermédio de bancos, quem determina as normativas para a sua emissão é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exige a comprovação de um modelo de gestão transparente e confiável para conceder a emissão. Fonte: Ascom