Quente ou fria, a carne louca fica ainda mais deliciosa quando preparada com o acém; confira a receita da professora e consultora de gastronomia Isaura Caliari
Por Isaura Caliari – Professora e fundadora da Faculdade de Gastronomia Novo Milênio.
A carne louca não tem uma origem certa. Dizem que era preparada pelos italianos que migraram para o Brasil até a década de 30, do século passado, principalmente para as regiões Sul e Sudeste, tendo em São Paulo o lugar onde a receita se tornou um clássico das festinhas infantis e de bairro. O nome, curioso, é justificado por muitos pela quantidade de ingredientes que leva e pela variedade que apresenta entre tantas receitas.
Ao mesmo tempo em que lembra as carnes de panela tradicionais, a carne louca se diferencia pelas possibilidades infinitas permitidas de ingredientes e de maneiras de servir. Por isso, então, seria “louca”, em contraposição a ser apresentada de uma maneira “normal” .
Quanto ao corte bovino usado na receita, gosto muito do acém, também conhecido como agulha, localizado na parte dianteira do animal. É o maior e mais macio corte do dianteiro, caracterizado por ser magro e facilmente encontrado em todos os açougues e supermercados. É uma peça de valor acessível com delicioso sabor.
Deve ser selada e depois cozida em calor úmido, lentamente, o que a torna suculenta. É indicada, portanto, para ensopar, fazer picadinhos, bifes de panela e também para ser usada moída. É um corte perfeito para a receita de hoje, já que fica fácil de desfiar depois de cozido.