O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, anunciou nesta semana que todas as escolas públicas da cidade deixarão de servir carne às segundas-feiras para seus 1,1 milhão de estudantes, medida válida a partir de julho próximo.
O programa foi discretamente testado em 15 escolas no bairro de Brooklyn no ano passado. Agora, o prefeito decidiu expandir essa iniciativa para todas as escolas públicas de Nova York, a partir do início do ano letivo 2019-2020.
Uma política semelhante foi adotada pelo sistema de escolas públicas em Los Angeles, Califórnia, em 2013, mas Nova York tornou-se o maior sistema escolar dos EUA para abraçar a campanha contra a carne.
“Reduzir um pouco o consumo de carne vai melhorar a saúde dos nova-iorquinos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, disse o prefeito ao anunciar a decisão no início desta semana.
Em substituição da proteína animal, os alunos irão receber “menus saudáveis de café da manhã e almoço vegetarianos toda segunda-feira”, disse o prefeito Bill de Blasio.
“Reduzir nosso apetite por carne é uma das maiores maneiras de reduzir o impacto ambiental em nosso planeta”, afirmou Mark Chambers, diretor do Escritório de Sustentabilidade da Prefeitura de Nova York. “Segundas sem carne” introduzirão centenas de milhares de jovens nova-iorquinos à ideia de que pequenas mudanças em sua dieta podem criar mudanças maiores para a saúde e a saúde do nosso planeta”, acrescentou.
Em resposta, o North American Meat Institute (NAMI) associação comercial que representa 95% das indústrias processadoras de carne vermelha nos EUA, enviou uma carta ao prefeito de Nova York solicitando a reversão da decisão, descrevendo-a como “equivocada e baseada em uma coleção de meias verdades”.
Na carta, Julie Anna Potts, presidente do Meat Institute, expressou preocupação com as consequências nutricionais que a decisão terá sobre os estudantes de Nova York. Disse também se tratar de um “temor equivocado” sobre o impacto da carne no meio ambiente, além de ressaltar que nem todas famílias concordam com essa medida e preferem incluir carne nas dietas de seus filhos.
“A ciência é indiscutível: a carne é excepcionalmente rica em nutrientes, com vitaminas e minerais essenciais, e é uma fonte de proteínas completa, que não podem ser combinadas com dietas à base de plantas”, escreveu ela.
Justificar a política da “Meatless Monday” (Segundas sem carne) citando preocupações ambientais também foi equivocada, acrescentou Julie.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, a produção pecuária foi responsável por 4,2% das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Ironicamente, a medida do prefeito de Nova York foi anunciada no mesmo dia em que o Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos publicou um novo relatório atribuindo apenas 3,3% dos GEE à produção de gado.
“Em contraste, o relatório ARS atribui 56% dos GEE ao transporte e à produção de energia, levando à conclusão de que o sistema educacional da cidade deveria se concentrar em melhorar sua utilização nesses setores”, desafiou a presidente do Meat Institute.
*Com Beef Central e agências internacionais.