A exoneração de Sebastião Barbosa da presidência da Embrapa era “inevitável”, segundo funcionários próximos ao pesquisador consultados pelo Portal DBO. Indicado ao cargo em outubro do ano passado após diversos escândalos envolvendo se antecessor, Maurício Lopes, Barbosa manteve-se apenas nove meses na presidência.
Nesse período, o pesquisador teria se indisposto tanto com a diretoria da estatal quanto com chefes regionais da Embrapa. Os relatos vão desde a insatisfação da comunicação da presidência com a área de pesquisa até o perfil acadêmico de Barbosa, que contrastava com os planos do Governo Federal de aproximar a estatal da iniciativa privada. Desgastado, o pesquisador foi perdendo apoio interno, o que teria contribuído para a sua exoneração.
“O principal ponto é que seria difícil ele assumir o perfil idealizado para o cargo”, revela um pesquisador da empresa que prefere não se identificar. Segundo ele, a nomeação definitiva de Barbosa faltando apenas dois meses para o início do novo governo teria sido um gesto “insensível” da gestão Temer. A solução, concordam outros colegas, teria sido a indicação de um presidente interino, permitindo ao novo governo decidir os rumos da estatal.
Além disso, menciona-se ainda que Barbosa estaria tendo dificuldades com a diretoria indicada ainda durante os anos do PT. Por outro lado, segundo um dos chefes regionais da Embrapa, Barbosa não fez nenhum “esforço de aproximação” com o atual governo, com o qual possui alinhamento ideológico. “Não houve nada político. Ele que não conseguiu se articular e, devido a limitações próprias, se indispôs com muitas pessoas internamente”, conta.