Parlamentares que integram a comissão temporária externa do Senado para acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal visitaram o Mato Grosso neste fim de semana. Em Poconé (MT), o grupo se reuniu com representantes de proprietários de fazendas e pousadas, de organizações não governamentais (ONGs) e cientistas.
Os senadores também estiveram em um espaço de acolhimento de animais atingidos pelo fogo na Rodovia Transpantaneira. Lá, percorreram cerca de 40 quilômetros da região afetada pelas queimadas. Presidente da comissão, Wellington Fagundes (PL-MT) classificou o cenário como “devastador e desolador”.
“Hoje, a situação do Pantanal é um estado de guerra. Brigadistas e voluntários estão trabalhando de forma sobre-humana por causa da falta de planejamento. Não nos calçamos através da ciência e da tecnologia para isso”, acrescentou, atribuindo o problema das queimadas à falta de planejamento do governo federal.
Paralelamente à diligência, outro grupo de senadores que integram a comissão realizou uma reunião remota para discutir a situação. “Nós já saímos da comoção há muito tempo. Não é de hoje que vemos o Pantanal devastado. Mas nunca algo como o que estamos vendo neste momento. O meio ambiente grita por socorro. Nós estamos indignados de estarmos vivendo este momento sem suporte necessário para a prevenção”, disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
A comissão vai enviar convites para que os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tereza Cristina (Agricultura) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) participem de uma audiência pública no Senado para tratar do tema.
A ideia é que sejam ouvidos, na mesma mesa, o homem pantaneiro, um representante da comunidade indígena, ambientalistas e representantes do agronegócio e da agroindústria. “Não adianta dialogarmos com os iguais”, ponderou simone Tebet.