Sustentabilidade: representantes do Imac se reúnem com lideranças da Europa

A agenda diplomática apresentou o modelo produtivo de Mato Grosso e propôs uma cooperação a fim de evitar o desmatamento ilegal, entre outros temas

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O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) convidou representantes da comunidade europeia para visitar propriedades produtoras de carne no estado que conciliam produção com conservação da biodiversidade.

O objetivo agora é formalizar o convite e sensibilizar representantes do parlamento europeu sobre a importância da cooperação entre mercado consumidor e produtor em busca de garantir segurança alimentar e climática ao planeta.


A iniciativa surge após representantes do Imac se reunirem com lideranças políticas e diplomáticas da Europa em busca de um diálogo sobre a legislação que tem por objetivo barrar do mercado europeu produtos oriundos de áreas de desmatamento, seja legal ou ilegal.

Da esq. p/ dir.: O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda; Caio Penido, presidente do Imac e o diretor Bruno de Jesus Andrade (Foto: Divulgação)

 

O presidente do Imac, Caio Penido, juntamente com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, o diretor Bruno de Jesus Andrade e o advogado Bruno Galvão, visitaram representantes da Holanda, Dinamarca, Alemanha, Espanha, Portugal e do próprio Parlamento Europeu e da Comissão Europeia em uma ação inédita do setor produtivo brasileiro.

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A agenda diplomática apresentou o modelo produtivo de Mato Grosso – um dos mais sustentáveis do mundo – e propôs uma cooperação a fim de evitar o desmatamento ilegal, a exclusão de pequenos produtores da cadeia da carne e viabilizar o pagamento por serviços ambientais (PSA).

“Compartilhamos da preocupação europeia sobre a escassez de biodiversidade no mundo e respeitamos que o consumidor europeu não queira mais correr o risco de estar estimulando o desmatamento. Mas o desafio é atingir esse objetivo respeitando a legislação brasileira, valorizando sua biodiversidade e pagando pelos seus serviços ambientais. Desmatamento ilegal é uma questão de governo, que tem obrigação de implementar o Código Florestal e fiscalizar desmatamentos e queimadas ilegais. Já o desmatamento legal deve ser reduzido comercialmente, através de PSA (pagamento por serviços ambientais). Diferente do resto do mundo, podemos nos tornar um país rico e desenvolvido com biodiversidade”, defende Caio Penido.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, o trabalho diplomático passa pela apresentação do estado como a maior potência agroambiental do Brasil, que produz carne, soja, milho, etanol, alimenta 10% do mundo e ainda conserva boa parte de sua biodiversidade.

“Nas reuniões apresentamos as políticas públicas em prol do pequeno produtor do nosso estado e todas as medidas implementadas que estão garantindo a redução no desmatamento ilegal e o aumento da abertura de áreas de produção regularizadas. Foi importante a ida da Sedec juntamente com a Imac para fortalecer esse relacionamento com a União Europeia. Ainda temos muito a fazer para sensibilizar esses países que compram nossa carne a reverem as estratégias e políticas comerciais. Esse diálogo ainda está sendo construído e isso é muito positivo”, enfatizou César Miranda.

O advogado e consultor contratado pelo Imac na Europa, Bruno Galvão, do escritório alemão Blomstein destaca que as reuniões são um verdadeiro avanço nas tratativas que deverão surgir.

Segundo Galvão, não é possível dizer se haverá mudanças no texto já em andamento, mas com certeza se abriu um diálogo importante para mostrar à Europa o tamanho e as diversidades do Brasil.

“Abrimos uma avenida de comunicação, para mostrar outra realidade, diferente do que eles veem e imaginam sobre o país. Vamos convidar a comunidade europeia para conhecer Mato Grosso, os biomas e como o setor produtivo está inserido neste contexto”.

Entre as reuniões realizadas, o encontro com a deputada do Parlamento Europeu, a espanhola Mazzali Aguiar, que é membro da comissão de agricultura e está engajada na discussão sobre o novo regulamento, foi dos mais interessantes.

Segundo a deputada, a Espanha também tem preocupações sobre a legislação, pois é um país produtor de frutas e produtos como cevada, aveia e trigo, e se disse aberta por se identificar com nossos anseios.

Além disso, em reunião na Alemanha, os representantes do Imac se surpreenderam com a possibilidade de uma parceria ou projeto piloto em conjunto, uma vez que reconhecem que é um estado referência em produção e combate a ilegalidades.

Bruno de Jesus Andrade, diretor de operações do Imac, destaca que o modelo em discussão na União Europeia desconsidera o fato de que grande parte da produção de bezerros vem de pequenas propriedades, muitas vezes sem recursos para investir em tecnologias de intensificação e na regulamentação de suas áreas.

“O boicote e a exclusão não resolvem o problema, o desmatamento muitas vezes está ligado à falta de assistência técnica e de recursos para investir em sistemas tecnificados. Tirar esses produtores do mercado vai limitar ainda mais a lucratividade e estimular abertura de novas áreas”.

Para a diretora-executiva do Imac, Paula Queiróz, a expectativa, a partir desta missão, é muito boa.

“Esperamos que a Europa entenda e adote ações similares às que o Imac vem tomando, como apoio a regularização ambiental das propriedades em Mato Grosso e promoção de práticas sustentáveis que melhorem o balanço de carbono da cadeia através de sistemas intensivos de pecuária”.

Classificação de Risco – Os critérios e fiscalização que serão adotados para restringir a comercialização de produtos vindos de área de desmatamento são outro tema sensível.

Caio Penido chama a atenção para o fato de que excesso de florestas e biodiversidade não podem representar mais riscos para o país.

“Só tem desmatamento quem ainda tem floresta! A impressão que dá é que seremos penalizados por termos preservado nossa biodiversidade, nas Reservas Legais e APPs das propriedades rurais ou nas Unidades de Conservação, Parques e Terras Indígenas. Nossos concorrentes no mercado global, que desmataram quase todas as suas florestas, não podem ter uma classificação de risco melhor do que o Brasil, maior biodiversidade do planeta e detentor de um sofisticado Código Florestal!”, afirma Penido.

Neste quesito, o desafio é justamente transformar o passivo em ativo, buscando formas de valorizar e monetizar os serviços ambientais.

Para Galvão, o caminho do ESG e dos fundos de investimentos pode ser uma oportunidade. “Há muitos fundos de investimento querendo se rotular verde. Temos que nos aproximar e mostrar que a proteção é um ativo a ser remunerado, com potencial de impactos positivos nas esferas sociais e ambientais e que precisam de investimentos”.

O Imac concluiu sua missão estabelecendo boas relações diplomáticas e convidando representantes da União Europeia para virem conhecer de perto o Mato Grosso e seus sistemas produtivos, além de sugerir pequenas alterações ao texto da legislação que valorizem os atributos da cadeia da carne de Mato Grosso.

Fonte: Ascom Imac

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