Do Simental Brasileiro na Serra da Mantiqueira para o Simbrasil em Goiás com ILPF e manejo de pastejo seguindo o modelo Voisin
Por Larissa Vieira
O Brasil tornou-se referência mundial no melhoramento genético de diversas raças bovinas importadas e soube utilizar essa genética para formar linhagens puras “tupiniquins” e para dar origem a raças sintéticas. Foi o que aconteceu com o Simental, originário da Suíça, que desembarcou no Brasil em 1904, e o Simbrasil, raça sintética obtida por meio de cruzamentos direcionados entre Simental e raças zebuínas.
Essas duas raças passaram a ser o carro-chefe do projeto de produção de genética bovina conduzido pelo casal João Roberto e Patrícia Sampaio, na Fazenda Cravorana, situada no município de Piracaia (SP), aos pés da Serra da Mantiqueira. A família decidiu trocar o gado leiteiro pelo de corte e apostou no Simental para isso.
“Há mais de 30 anos optamos pela linhagem sul-africana de Simental, tendo como foco a produção de carne. Usávamos os touros produzidos na Cravorana para cruzamento industrial com Nelore na propriedade que temos em Goiás. Porém, como trata-se de uma região mais quente, vimos que a melhor opção seria o Simental Brasileiro, pois é uma linhagem selecionada para regiões de clima tropical, com bovinos mais rústicos, bem adaptados e produtivos mesmo em sistemas a pasto”, explica a criadora Patrícia Sampaio.
O rebanho foi formado inicialmente por absorção, usando para isso touros puros em cima de vacas cruzadas. Atualmente, a maior parte é de animais puros. Com isso, a Cravorana conseguiu ter uma base genética consistente para direcionar seu projeto pecuário para a produção de touros, e não mais para produção de carne, o que já vem ocorrendo há cinco anos.