Caso o tabelamento do frete seja aprovado, a medida deverá representar um aumento de custo de operação de 25% a 30% na indústria do trigo, segundo avaliação do presidente do Conselho da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), João Carlos Veríssimo.
“Não nenhuma estatística sobre o impacto no setor, mas conversando com alguns dos nossos associados, as informações que temos são de um aumento de 25% a 30% no custo do frete caso seja aprovado o tabelamento”, disse Veríssimo. Segundo o executivo, o frete representa atualmente o segundo maior custo da indústria moageira de trigo e tem apresentado uma alta acima do observado no diesel e no pedágio.
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Veríssimo observa que, devido ao aumento dos custos, muitas empresas têm buscado investir em frota própria o que, no longo prazo, deve agravar a situação do setor de logística, reduzindo a demanda num cenário de excesso de oferta de frete. “Não é com medidas desse tipo que vamos resolver esse desequilíbrio. Pelo contrário, o que estamos vendo é que vai piorar a situação”, defende o presidente do Conselho da Abitrigo.
Ainda de acordo com Veríssimo, grandes empresas do segmento tritícola têm relatado um período de aprovação rápida para a compra de frota própria, de até duas semanas. “O frete pesa muito em custo e [se o tabelamento for aprovado] vai afetar o custo da cadeia e, provavelmente, o preço do produto final, e o reflexo para o setor [de frete] vai ser, provavelmente, muito pior do que é hoje”, afirma o executivo.