Amanda Posselt Martins tem 30 anos, nasceu em Camaquã, RS, e é filha de técnico agrícola. Como fruta raramente cai longe do pé, aos 17 anos ela já era uma universitária. Escolheu a agronomia. O diploma de engenharia agronômica veio em 2011, o título de mestra em ciência do solo foi conquistado em 2013 e o de doutora, também em ciência do solo, foi alcançado em 2016. Hoje, Amanda é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Além das aulas, entre as suas atividades está, por exemplo, participar do Grupo de Pesquisa em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, desde 2007. Mas não somente. Ela é uma das líderes do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Biogeoquímica Ambiental, criado em 2018, que reúne professores do Departamento de Solos da UFRGS.
Pela relevância do trabalho, Amanda já foi premiada pelo Instituto Internacional de Nutrição de Plantas (IPNI), com sede na Geórgia, Estados Unidos. A organização científica e sem fins lucrativo se dedica à nutrição de plantas que beneficiam a saúde humana, atuando na África, Austrália, Nova Zelândia, China, Europa Oriental, Ásia Central, Oriente Médio, e nas três Américas, incluindo o Brasil. Não por acaso, Amanda é autora de 5 livros, 20 capítulos de livro e 40 artigos científicos.
Para o Anuário DBO 2020, ela escreveu um extenso artigo sobre a sua especialidade: ciência do solo. “Integração sem compactação” trata de uma das maiores preocupações em sistemas que sucedem a lavoura com a pecuária, comumente chamados de integração lavoura-pecuária. A possível compactação do solo, que o pisoteio do animal pode causar durante a fase pecuária, pode acarretar prejuízos para a fase lavoura em sucessão.
No entanto, inúmeros estudos já desmistificaram essa questão (também conhecida como “a lenda do casco”), demonstrando que o grande responsável pela compactação do solo não é o animal em pastejo e, sim, aquele que realiza o manejo da pastagem – ou, mais especificamente, da altura de manejo do pasto.
Pesquisas recentes, que investigam o solo em diferentes intensidades de pastejo (definidas pela altura de manejo do pasto), demonstram que, com a utilização de conceitos modernos de manejo da pastagem, como o pastoreio “rotatínuo” –uma espécie de meio termo entre os pastoreios contínuo e rotativo, que permite ao animal colher o máximo de nutrientes no menor tempo possível –, a pecuária jamais terá problemas de compactação do solo.
O artigo completo está na Revista DBO. Acesse o link.
