Tecnologias verdes ganham espaço no campo do Brasil

Empresas brasileiras de maquinário e serviços têm investido em criações que integram sustentabilidade ambiental e econômica

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Foto: AGCO.

Pilar para um crescimento, de fato, sustentável, o conceito de ‘tecnologia verde’ tem sido o foco de empresas desenvolvedoras de produtos e serviços. A definição gira em torno de soluções menos danosas à natureza, que gerem menos desperdício ou que utilizem fontes de energia renovável. A produção de tecnologias verdes tem sido incentivada, por exemplo, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial no Brasil, que acelera o registro destas criações, através do programa Patentes Verdes. Desde 2012, o projeto já recebeu 844 pedidos com 294 concessões de patentes até fevereiro de 2020.

No setor da agricultura, muitas soluções têm vindo da tecnologia da informação verde. O formato busca na digitalização formas de economizar recursos como água, e diminuir uso desnecessário de defensivos agrícolas, por exemplo. É o que a multinacional AGCO tem buscado fazer em projetos do Farm Solutions. O programa é composto de soluções agronômicas voltadas para agricultura de precisão e traz ganhos sustentáveis.


Vinícius Cunha, especialista de tecnologia da AGCO, explica que a ideia é tornar maquinários já disponíveis no mercado mais eficientes através da tecnologia. Em cada região onde a marca atua foi preciso adaptar-se às necessidades locais e foi aí que o Brasil saiu na frente. “O software não é a expertise da AGCO. Então, a empresa pensou em aliar seu know-how com o de empresas que possam oferecer, por exemplo, um software. Essas parcerias, na América do Sul, estão mais adiantadas. Provavelmente por cultura, estamos mais abertos a trabalhar com parcerias”, apontou Cunha.

As soluções já desenvolvidas se dividem em três linhas. Os projetos de plantio e pulverização do AgroCAD (foto acima) diminuem a compactação do solo e reduzem o número de aplicações de defensivos, já que controlam com precisão as áreas já pulverizadas. Já o Inceres controla a população de plantas e correção do plantio em curvas, diminuindo o desperdício de insumos. Por fim, o Solinftec faz a gestão climática, ajudando a escolher o momento da aplicação de defensivos, ou de irrigar da lavoura, o que gera economia de água.

O AgroCAD, por exemplo, conta com parceria com a brasileira Tecgraf Tecnologia em Computação Gráfica. Segundo a AGCO, as soluções podem ser utilizadas tanto nos maquinários de suas marcas, como a Massey Ferguson , Valtra e Fendt, quanto em máquinas de outras indústrias.

O que balizou a decisão para desenvolver cada linha foi a necessidade do produtor, que foi ouvido ao longo dos processos de criação da companhia. “Um problema [apontado pelos produtores] que eu posso citar é a compactação de solo, afeta qualquer cultura, e afeta o uso da água. Em áreas compactadas, eu tenho uma dificuldade maior de absorção de água da planta”, detalhou Cunha.

Para ele, reduzir o uso de combustíveis fosseis, por exemplo, não é uma escolha apenas no sentido de sustentabilidade ambiental, mas também financeira. “Sempre falo da importância da produtividade. Pensamos em produzir mais, mas isso, às vezes, acaba não sendo sustentável. Quando eu consigo planejar as ações antes, passo a ser mais eficiente, a utilizar a tecnologia em seu máximo”, declarou.

O EcoSuper 3 foi lançado este ano e promete reduzir o uso da água. Foto: Divulgação.

Na corrida por sustentabilidade, a empresa paulista Pinhalense Máquinas Agrícolas lançou este ano dois equipamentos voltados para a cultura do café. Um deles é a Selecionadora de Cerejas, que com sistema de leitura digital separa os frutos verdes dos maduros. O consumo de água é alto neste processo, e a máquina foi desenvolvida para diminuir o consumo, podendo chegar a zero. Segundo a empresa, a máquina tem alta precisão e capacidade, tornando o processo mais rápido e elevando a produtividade.

Também em 2020, a companhia criou outro maquinário que abrange outras etapas da produção. O EcoSuper 3 possui tripla solução, com despolpador, desmucilador e separador de frutos verdes. Segundo a Pinhalense, também reduzindo o uso de água em seu processo, o equipamento é destinado para produtores de menor porte. “A Pinhalense possui a preocupação com os critérios de sustentabilidade, tais como os ODS. Visto isso, iniciou os seus desenvolvimentos sustentáveis há mais de 5 anos, trazendo ao mercado melhorias em equipamentos já existentes e, também, novos produtos como esses”, apontou presidente da Pinhalense, Reymar Coutinho de Andrade.

Ainda voltada às pequenas produções, a empresa da cidade paulista de Marília, Jacto, criou e lançou no último ano seu primeiro pulverizador e dosador costal controlado por aplicativo. O equipamento é movido a bateria e pode ser utilizado em diversos tipos de cultura, para aplicação de insumos ou defensivos. A inovação é que o equipamento se conecta via bluetooth com smartphones e a partir do aplicativo da marca, é possível controlar as áreas de aplicação e quantidade, evitando desperdício e aplicação exasperada dos produtos no solo.

Outras marcas, como a Almeida Equipamentos, embora não tenham criado a tecnologia verde, decidiram incorporá-la ao seu portfólio. “Nós lançamos nossa linha de roçadeiras ecológicas em 2014. O diferencial deste equipamento é que ao invés de retirar a matéria orgânica do solo, ela redireciona a matéria para a base da árvore. Vai direto para o pé de laranja, ou de café. A ideia é reaproveitar já como adubo”, contou Henrique Salustiano, analista de marketing da empresa.

A empresa comercializa outras roçadeiras, mas já vendeu 800 unidades do tipo ecológico. O principal setor a adquiri-las é o de citricultura. “A unidade ecológica é mais cara porque além da faca de corte, tem também o espalhador. Hoje, no mercado, a procura por ela ocorre porque já é conhecida em todo território nacional, e por essa funcionalidade”, explica Salustiano, sobre a economia gerada pelo uso do resíduo como adubo.

Há, ainda, companhias brasileiras que começaram com um equipamento sustentável e migraram para serviços com esse viés. É o caso da Silo Verde. A startup venceu prêmios de sustentabilidade com seu silo feito com embalagem PET reciclada. O produto armazena materiais agroindustriais e é focado em produtores pequenos e médios. Em 2019, a startup recebeu aportes do grupo Triel, do segmento de logística agroindustrial. Hoje, oferece também assessoria, e tem um software que analisa condições de armazenamento como umidade, temperatura e consumo.

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