Decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de exigir genotipagem das progenitoras dos touros para coleta de sêmen em centrais sacode setor de melhoramento
Por Moacir José
O rigor com a qualidade genética dos touros que entram nas centrais de inseminação para a coleta de sêmen aumentou. Desde junho, está em vigor a Instrução Normativa Nº 13, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que impõe uma nova exigência: o exame de DNA da mãe do touro. Até agora, era solicitada apenas a genotipagem para confirmação a ligação de parentesco do touro com seu pai.
A nova exigência implica um custo adicional para quem vai colocar reprodutores em coleta de sêmen e enfrenta dificuldades práticas, apesar do setor reconhecer que ela praticamente elimina a possibilidade de erro na chamada matriz de parentesco dos animais que têm sua genética espalhada por centenas de rebanhos.
Segundo a IN 13, o exame de DNA da mãe do touro – assim como o do pai e o do próprio touro – tem de ser feito em laboratório credenciado pelo Ministério. O problema é que isso vai exigir a coleta de material genético (pelo da vassoura da cauda do animal, por exemplo) de todas as matrizes em reprodução, uma vez que a maioria dos programas de melhoramento genético trabalha com uma pressão de seleção que leva em conta informações das matrizes relacionadas a habilidade materna, longevidade, peso do bezerro ao nascer e à desmama, dentre outras.
Segundo o zootecnista Rodrigo Basso Dias, gerente técnico da Conexão Delta Gen, que participa de três programas de melhoramento genético da raça Nelore, visando à emissão de CEIPs (certificados especiais de identificação e produção), a medida aumentará o trabalho nas fazendas participantes desses programas, pois, até o sobreano dos machinhos, não se sabe quais deles comporão os 20% a 29% aptos a receber os certificados e quais terão seu sêmen coletado.