Ao longo desta semana, o mercado físico do boi gordo registrou novos movimentos de alta entre as principais regiões pecuárias do País. Em São Paulo, referência para outras praças pecuárias, o valor máximo das boiadas estacionou em R$ 261/@, a prazo, segundo dados coletados pela IHS Markit.
“Com a entrada de massa salarial da população nesta primeira quinzena de outubro, frigoríficos tiveram suas escalas pressionadas pelo melhor ritmo de escoamento dos cortes bovinos aos atacados nacionais, atuando de forma firme nos negócios”, relata a IHS, justificando o movimento de novas valorizações no mercado pecuário.
Além a maior presença de compradores, o avanço da arroba teve suporte na enorme escassez de oferta de animais terminados, que segue como principal limitador do avanço da liquidez no mercado.
Segundo a IHS, as escalas de abate durante a semana atenderam, em média, quatro dias úteis, o que mostra a grande dificuldade na compra de boiadas, cenário que se estende de forma generalizada no Brasil desde meados de agosto.
Além do período de entressafra de “bois de capim”, a atual falta de animais reflete o encarecimento da atividade pecuária nos meses passados, o que resultou em um menor nível de animais confinados. “Com a forte valorização dos preços da reposição e o aumento dos custos com a ração, pecuaristas optaram por diminuir a quantidade de gado levado aos cochos”, ressalta a IHS Markit. A persistência do período seco nas principais regiões pecuárias também prejudica ainda mais a qualidade das pastagens, atrasando ainda mais a preparação das boiadas neste ano.
Ainda de acordo com análise da IHS, a entrada no mercado de alguns lotes de animais de confinamentos ao longo deste mês não deve ser suficiente para atender à necessidade de produção das indústrias.
Diante deste contexto, analistas preveem novas valorizações da arroba no curto prazo.
Dia a dia
Nesta sexta-feira, os preços da boiada gorda seguiram em trajetória altista em algumas importantes regiões pecuárias, com destaque para as praças do Norte do País (veja as cotações atualizadas da arroba de machos e fêmeas no final desta página). No Centro-Sul, houve registro de alta da arroba nas praças do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, segundo a IHS.
“O mercado apresentou maior liquidez de negócios, sustentada pela forte presença de indústrias que se posicionam firmes na tentativa de originar matéria prima e alongar suas apertadas as escalas de abate”, descreve a IHS Markit.
Nos contratos futuros de boi negociados na B3, o dia de ontem (últimos dados disponíveis) foi de altas entre os papéis com maior volume de negócios. Os contrartos com vencimento para novembro/20 atingiram R$ 268,7/@, com valorização diária de 2,55%. Os contratos para dezembro/20 fecharam o dia em R$ 268,45/@, com alta de 3,65% sobre o dia anterior.
Entre a média das plantas pesquisadas pela consultoria IHS, as programações estão preenchidas até a metade da semana que vem. A maior procura pela boiada gorda é motivada principalmente pela melhora das vendas de carne nos atacados nacionais, cenário que deve se intensificar no final de semana na medida que o período favorável de primeira quinzena do mês coincide também com as comemorações do feriado nacional na próxima segunda-feira, destacou a IHS Markit.
Neste contexto, frigoríficos se deparam com maior pressão sobre o estoque de carne nas câmaras frias e, diante da escassez de boidas, aumentam as cotações oferecidas pelo gado, sustentando a arroba em patamares elevados.
No atacado, o preço da vaca casada subiu para R$ 15,70/kg nesta sexta-feira, enquanto o valor da ponta de agulha atingiu R$ 13,80/kg, de acordo com dados da IHS Markit.
Confira as cotações desta sexta-feira, 9 de outubro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 242/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 249/@ (à vista)
vaca a R$ 238/@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 250/@ (prazo)
vaca a R$ 239/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 250@ (prazo)
vaca a R$ 239@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 244/@ (prazo)
vaca a R$ 234@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 245@ (prazo)
vaca a R$ 234/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 245/@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 244/@ (à vista)
vaca a R$ 231/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 239/@ (à vista)
vaca a R$ 228/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 247/@ (prazo)
vaca R$ 239/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 246/@ (prazo)
vaca a R$ 237/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 237/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 257/@ (prazo)
vaca a R$ 242/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 245/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 256/@ (à vista)
vaca a R$ 250/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 228/@ (à vista)
vaca a R$ 213/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 227/@ (à vista)
vaca a R$ 213/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 250/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 255@ (prazo)
vaca a R$ 248/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 252/@ (prazo)
vaca a R$ 244/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 255/@ (prazo)
vaca a R$ 246@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 247/@ (à vista)
vaca a R$ 244/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 240/@ (à vista)
vaca a R$ 230/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 248/@ (prazo)
vaca a R$ 238/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 250/@ (à vista)
vaca a R$ 233/@ (à vista)
