O médico veterinário Pedro Paulo Pires tem participação em várias tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Gado de Corte onde o eletrônico e o digital estão presentes
Por Ariosto Mesquita
Contratado em 1989 pela Embrapa para trabalhar como patologista no controle do botulismo – também conhecido como “síndrome da vaca caída” –, o médico veterinário Pedro Paulo Pires acabou se transformando num improvável e premiado ‘pesquisador pec 4.0’. Em 32 anos de empresa, ele soma no currículo a participação na criação de dezenas de ferramentas digitais e/ou de pecuária de precisão que ajudaram a dar ritmo ao processo de tecnificação da bovinocultura de corte brasileira.
Entre suas “invenções” está o primeiro chip subcutâneo para bovinos, o “teclado do peão”, a balança de passagem e o mangueiro digital. Mais recentemente passou a atuar como professor e orientador no Mestrado Profissionalizante em Computação Aplicada, área de concentração em Tecnologias Computacionais para Agricultura e Pecuária, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que tem a parceria da Embrapa. Nesta nova etapa, ajudou a finalizar e/ou vem orientando teses que vislumbram a criação de novos produtos para automação.
Sem deixar de pensar como patologista, Pires não se imagina mais longe da pecuária de precisão. Sua paixão fica explícita ao receber DBO no laboratório digital da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS. O espaço, segundo ele, sedia boa parte das aulas práticas presenciais (suspensas no momento por causa da pandemia) do mestrado da UFMS, e esconde um acervo impressionante. “Este é o nosso museu. Aqui estão protótipos e modelos de várias ferramentas que criamos”, diz, enquanto vai abrindo armários, caixas e gavetas. Uma das peças é um painel que expõe amostras de chips (encapsulados ou não) testados pela Embrapa ao longo de quase 10 anos (1997-2006). “Isso é parte da nossa história”, observa.