Períodos prolongados de depreciação da moeda, baixos custos de energia e taxas de juros, aumento da demanda por matérias-primas para biocombustíveis e flutuações macroeconômicas ajudaram o Brasil a emergir como um dos principais competidores dos EUA nos mercados agrícolas globais, relata reportagem publicada nesta quarta-feira pelo portal norte-americano Feedstuffs, baseada em novo um relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O Brasil é hoje o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas, atrás apenas da União Europeia (UE) e dos EUA.
Os autores do relatório do USDA observaram que o valor agregado agrícola brasileiro cresceu em média 3,4% ao ano nas últimas duas décadas, com a produção agrícola dobrando e a produção pecuária avançando. Ao mesmo tempo, o Brasil emergiu como um importante exportador para os mercados internacionais de grãos, oleaginosas e carnes – competindo diretamente com os Estados Unidos.
“As exportações agrícolas do Brasil, incluindo produtos processados, cresceram 12% ao ano desde 2000 e representam 37% das exportações totais do Brasil. Consequentemente, o Brasil é hoje o maior exportador mundial de soja, carne de frango, carne bovina, café, açúcar e suco de laranja”, observou o USDA.
A desvalorização da moeda, em particular, desempenhou um papel importante em sua posição, sugeriu o relatório. “Como as commodities brasileiras exportadas são cotadas em dólares, a desvalorização da moeda local do Brasil, o real, significa que os agricultores brasileiros receberam mais reais para cada dólar de receita de exportação”, justifica o departamento.
Dessa forma, as vendas para exportação se tornaram mais lucrativas, estimulando a expansão das áreas agrícolas e a adoção de técnicas para aumentar a produtividade. O USDA disse que a produção e as exportações agrícolas brasileiras, que devem continuar a florescer na próxima década, podem crescer ainda mais rapidamente com a depreciação acelerada da moeda. Fonte: Feedstuff.