No primeiro trimestre deste ano, as exportações brasileiras de carne bovina recuaram quase 6% em receita quando comparadas com 2018, mesmo tendo registrado aumento no volume embarcado acima de 2,5% no período. Um dos principais responsáveis pela queda no faturamento do setor no primeiro trimestre foi o resultado negativo registrado nos embarques para Hong Kong, o segundo maior importador da commodity brasileira, atrás da China, de acordo análise de Carlos Massotti, trader internacional de carnes há mais de 15 anos e que assina artigo desta quinta-feira publicado no portal da CarneTec.
Segundo Massotti, no primeiro trimestre de 2019, o preço médio da carne bovina exportada para Hong Kong girou em torno de US$ 3.270 por tonelada, o que significou um tombo próximo de US$ 1.000/tonelada, ou queda de quase 30% na comparação com o valor médio obtido pelo Brasil em 2018, de US$ 4.211/tonelada.
Em volume, os embarques para Hong Kong também caíram no período trimestral, para um média mensal de 19 mil toneladas, ante a média mensal de 22 mil toneladas no ano passado, informa o trader.
Na avaliação de Massotti, importadores de Hong Kong têm enfrentado “problemas para passar mercadorias para a China Continental”, obrigando alguns “compradores com fluxo de caixa negativo a manter os produtos no mercado local”, o que contribui para pressionar os preços da carne bovina importada para baixo.
No acumulado de janeiro a março deste ano, as exportações brasileiras de carne bovina registraram, em volume, crescimento de 2,6% na comparação com igual período de 2018, para 405,7 mil toneladas, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, os embarques no primeiro trimestre caíram 5,6%, para US$ 1,5 bilhão, na comparação anual.