As exportações do agronegócio em julho deste ano chegaram ao valor recorde de US$ 11,29 bilhões, 15,8% superior ao exportado no mesmo mês do ano passado (US$ 9,75 bilhões).
De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o crescimento das exportações está ligado à elevação do índice de preços dos produtos do agronegócio exportados pelo Brasil, que foi de 28,5% na comparação entre julho de 2020 e julho de 2021.
Por outro lado, o índice de quantum das exportações apresentou queda de 9,9%.
Mesmo com queda do volume exportado, o forte incremento dos preços internacionais dos produtos exportados fez com que o valor atingisse um montante histórico, ressalta os analistas da SCRI.
Os cinco principais setores exportadores do agronegócio brasileiro em julho de 2021 foram: complexo soja (participação de 44,4%); carnes (18,0%); produtos florestais (11,5%); complexo sucroalcooleiro (8,2%); e cereais farinhas e preparações (4,2%).
A soja em grãos apresentou queda na quantidade exportada, passando de aproximadamente 10 milhões de toneladas (julho/2020) para 8,7 milhões de toneladas (julho/2021).
No entanto, a elevação do preço médio de exportação da oleaginosa brasileira em 32,5% fez com que o valor exportado alcançasse cerca de US$ 4 bilhões.
As carnes (bovina, suína e de frango) também atingiram valor recorde de exportações, com US$ 2,03 bilhões em vendas externas em julho passado (+34,9%). Em nenhum mês da série histórica iniciada em janeiro de 1997, as exportações do setor haviam ultrapassado o valor de US$ 2 bilhões em um único mês.
A cifra foi obtida em função da expansão dos preços médios de exportação (+24%) e, também, do volume exportado (+8,8%).
“Somente em carne bovina, as vendas externas atingiram US$ 1,01 bilhão, com expansão de 30% em relação aos US$ 776,35 milhões exportados em julho de 2020. O incremento do valor exportado se deveu, exclusivamente, à elevação do preço médio de exportação, que subiu 31,9%, uma vez que o volume exportado decresceu 1,5%, atingindo 191 mil toneladas. A carne bovina in natura respondeu por 87% deste valor e a China foi responsável por 58,2% do total importado neste produto. Grandes produtores internacionais como o Brasil observam redução do abate em virtude da forte seca que afeta o país. A demanda aquecida (China) e a menor oferta pressionam, assim, os preços internacionais para o alto”, destaca o comunicado da SCRI/Mapa à imprensa.
As importações do agronegócio tiveram aumento de 25,8%, chegando a US$ 1,2 bilhão. O saldo da balança comercial do agronegócio atingiu US$ 10 bilhões. O agronegócio contribuiu com 44,2% na participação das exportações totais brasileiras.